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  24 de abril de 2020

QUE TAL FALAR DO DAY AFTER? – PARTE II


  QUE TAL FALAR DO DAY AFTER? – PARTE II

                                                                                  José Carlos Buch

Na contra mão das dificuldades das empresas, enquanto muitos choravam, as fábricas de caixão de sepultamento e as funerárias nadaram de braçada durante a pandemia.   Em nosso pais, a grande maioria das micro e pequenas empresas que já vinham mal das pernas, não sobreviverão e as que sobrevirem ficarão penduradas com dívidas  junto aos bancos e financeiras por uma eternidade, sem contar as dificuldades de pagar os tributos – os parcelados e os novos. Num primeiro momento,  produtos em estoque serão colocados em promoção na tentativa de oxigenar o caixa,  para um público sem dinheiro e com pouca esperança. Bens imóveis,  equipamentos e móveis serão negociados a preços de banana para tentar a sobrevivência e, nesse cenário quem tiver recursos nadará de braçada. Na área de serviços, nada será como dantes. Salas de espera serão redesenhadas para comportar poucas pessoas num mesmo espaço; os atendimentos serão espaçados e os horários compartilhados com um número pequeno de pessoas; empresas de ônibus terão que instalar dispositivos para renovação do ar ambiente; os isolamentos dos caixas em supermercados com paredes de acrílicos será obrigatório; mudanças no setor de serviços serão mais significativas do que se imagina. SITUAÇÃO ECONÔMICA/ FINANCEIRA: Empresas outrora sadias e com confortáveis reservas de caixa, tornar-se-ão remediadas e terão que buscar socorro financeiro junto aos bancos; as que estavam remediadas, se tornarão inadimplentes e,  as com dificuldades,  fatalmente irão à bancarrota. Calcula-se que um terço delas desaparecerá. Os bancos terão que contabilizar significativos valores na conta devedores duvidosos(créditos com pouca ou quase nenhuma liquidez), mas,  ainda assim, continuarão registrando resultados astronômicos e cada vez mais fortes, como sempre; os juros serão elevados e o crédito será cada vez mais seletivo; muitos bens oferecidos como garantias aos bancos(alienação fiduciária),  trocarão de mãos por conta de serem arrematados em leilões que serão profusos. A poupança popular(o que restou dela) será  usada para superar a crise,  de sorte que essa carteira cairá ao nível mais baixo registrado na história desde a sua criação. O número de pessoas abaixo da linha da pobreza ganhará proporções alarmantes. Quem era de classe média alta descerá um degrau e passará a ser média baixa; os de média baixa se tornarão pobres e os pobres ficarão ainda mais pobres aumentando a linha dos miseráveis. A pirâmide social passará a ter uma configuração totalmente diferente, só se mantendo inalterada no pico que abriga os mais ricos; a classe média será um mero traço no gráfico e  a faixa composta de pobres e miseráveis ocupará mais de  70% da figura geométrica ilustrativa.   EMPREGOS: as relações de trabalho passarão a ser outras, praticamente aposentando de vez a velha CLT. Muitas das medidas de emergências passarão a ser definitivas,  flexibilizando as relações empregador/empregado. Medidas antes inflexíveis e inimagináveis se tornarão possíveis. A compra de produtos será cada vez mais pela internet,  tornando o sistema e-commerce grande empregador e superando às vendas físicas o que influenciará diretamente as lojas de ruas e de shoppings. Novas profissões surgirão num curto espaço de tempo e profissionais da saúde que atuam na linha de frente dos hospitais serão sempre vistos como heróis. A taxa de desemprego ganhará índices que ultrapassarão os 20% e o país terá pouco a fazer para reverter esse quadro. O afastamento social será capaz de demonstrar que,  o  ócio compulsório que produziu o tédio, fez  com que muitos passassem a odiar o sofá da sala da TV. Por final,  o mundo não será o mesmo depois do Covid-19 e, apesar da pandemia ter ceifado dezenas de milhares  de vidas e legar sequelas nunca imagináveis, ainda assim deixou também lições e um aprendizado insopitável que José Medina Pestana definiu tão bem – “Em estado de calamidade pública, o ótimo foi embora. E, para evitar o péssimo, é razoável ficar com o bom…” (Folha, pg. A3, 21/04/2020).  

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