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O ERRO QUE SALVOU UMA VIDA


  3 de março de 2021

O ERRO QUE SALVOU UMA VIDA

                                                                            José Carlos Buch

Morador de uma cidade pequena próxima à Catanduva, Isael(o nome foi alterado, mas o original também é bíblico),  em março de 2015 tinha 55 anos e era portador de diabetes num estágio que o obrigava a submeter-se à hemodiálise, por conta do comprometimento dos rins. Nos  dois primeiros anos comparecia ao hospital Padre Albino,  no mínimo três vezes por semana. Após esse período, a terapia passou a ser realizada em casa(peritoneal), onde,  por dois anos e meio teve que se acostumar a passar todas as noites numa cadeira e através de cateter ligado à uma máquina que filtrava o seu sangue. Com o agravamento da doença, voltou a  submeter-se à hemodiálise convencional no hospital Padre Albino. Seu caso era crônico e grave e, segundo os médicos que o atendiam, só lhe restava o transplante, passando assim a integrar a fila de transplantes de rim no ano de 2017. A hemodiálise,  ao mesmo tempo que lhe garantia a sobrevivência, não era capaz de evitar que ficasse debilitado, muito comum nos pacientes que se submetem a esse tipo de terapia. Nessa altura, passou a conviver também com  problemas cardíacos(bradicardia),  com os batimentos reduzidos ao máximo de 40%. Segundo os protocolos e informações dos cardiologistas  que o assistiam, essa outra patologia impedia a realização de qualquer  transplante, o que significava também uma sentença de morte, condenando-o  a contar os dias e a depender,  sabe-se lá por quanto tempo,  da máquina de hemodiálise. Em julho  de 2019,  seu estado era ainda mais  grave e, no corredor da morte,  não tinha esperança de poder comemorar o Natal com a família. Nessa época, contabilizava mais  de um ano e meio sem ter ingerido água, vivendo  apenas de molhar a boca com um algodão molhado ou chupando uma pequena pedra de gelo. Por conta dessa impiedosa restrição, lembra-se que  sua urina consistia de apenas pequenas  gotículas.  No dia 31 daquele mês de julho, que considera como data do seu segundo nascimento,  recebeu ligação de um hospital que possui serviço de transplante, informando-o que havia um rim compatível e que era para ele comparecer ao nosocômio  com a maior urgência possível, porque o órgão teria que ser transplantado no prazo máximo de  10 horas. Ficou perplexo, porquanto os registros do seu prontuário que constavam do sistema do SUS, eram impeditivos para se submeter à cirurgia, especialmente por conta da sua debilidade e insuficiência cardíaca tecnicamente conhecida como bradicardia. Por um desses erros até hoje inexplicáveis, seu prontuário não foi encontrado no sistema e os exames pré-cirurgia foram realizados a toque de caixa e de forma muito rápida, segundo ele,  tudo levando crer, também  não mereceram uma avaliação mais detalhada do seu estado clínico. Com isso tudo conspirando a favor, aliado à necessidade da cirurgia ser realizada o mais rápido possível para evitar o perecimento do órgão doado, o transplante foi realizado e, para surpresa de muitos que sabiam do seu delicado estado clínico,   com absoluto sucesso.  Dois dias após a cirurgia, seu prontuário foi encontrado no sistema,  quando foi levado a se submeter ao  exame de ecocardiograma e aí, o médico que acompanhava o procedimento,  foi quem ficou perplexo ao verificar que o paciente, com aquele quadro de insuficiência cardíaca, jamais poderia ter sido submetido ao transplante, já que contrariava qualquer protocolo e indicação nesse sentido.  No quinto dia, Isael,  já estava urinando normalmente, o que não acontecia há anos e no sétimo dia teve alta. Hoje tem uma vida absolutamente normal e continua a ser o excelente profissional da funilaria artesanal e convencional que era e  um dos melhores martelinhos de ouro da região. Com  60 anos,  8 filhos(dois do segundo matrimônio) e 11 netos, desfruta de plena saúde e não esconde que deve a vida ao equívoco do hospital. Para quem ficou mais de um ano e meio sem colocar água na boca, hoje valoriza e agradece muito em  poder tomar um simples copo de água. O erro do hospital,  seguramente e propositadamente ocorrido por conta e obra de Deus, fez tudo conspirar a seu favor,  salvando a sua vida. Seu nome verdadeiro,  embora neste artigo alterado, tem tudo a ver com o significado que representa – “Salvação do Senhor”.    

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