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VOTO = PROCURAÇÃO EM BRANCO


  31 de dezembro de 1969

VOTO = PROCURAÇÃO EM BRANCO                                                                     José Carlos Buch Voto, do latim “votare”, de acordo Dicionário Aurélio, dentre outras definições, significa: “aprovar por meio de votos; aprovar ou não; prometer solenemente; eleger por meio de votos; manifestar por voto o que sente ou pensa; dar o seu voto (a favor de, ou contra alguém ou algo)” . Assim, ao teclarmos o número de determinado candidato, estamos assinando uma autorização ou procuração conferindo-lhe poderes para ser o nosso representante, nosso porta voz, enfim nosso procurador para nos representar por quatro(4) longos anos,  nos assuntos que dizem respeito à nossa comunidade, nossos interesses em comum e, até mesmo do nosso futuro. Em outras épocas,  votar  era um gesto tão importante que muitos eleitores trajavam-se com terno de linho branco 120,  para comparecer às urnas. Hoje, alguns poucos saudosistas ainda obedecem esse ritual, conquanto, um número expressivo comparece aos locais de votação de sandálias havaianas, bermuda e camiseta, em flagrante desrespeito ao solene ato de  cidadania, talvez a maior conquista da democracia. É claro que não se pode julgar o eleitor pelo seu traje mas, há de se convir que a consciência política começa pelo respeito ao local público de votação e às pessoas que lá estão prestando serviço, sem qualquer remuneração, convocadas que foram pela Justiça Eleitoral.  De todo o modo, se o voto traz estampado o sentido de se conferir poderes ao nosso representante, seria interessante que este se comprometesse a cumprir alguns mandamentos básicos, ilustrativos, porém, não limitativos a seguir elencados: “1)- honrar o voto que lhe será  confiado prestando contas, sempre que possível,  dos atos, trabalhos e eventuais omissões; 2)- Não se envolver em negociatas e falcatruas que possam lesar o interesse público; 3)- Votar e administrar de acordo a consciência mas, levando em consideração o interesse da população e o bem comum, ainda que isso possa contrariar interesses pessoais; 4)- Comprometimento com os anseios do munícipes, denunciando, desde que procedentes,  irregularidades e o mau uso do dinheiro público; 5)- Respeitar as opiniões contrárias, sem deixar de ser determinante naquilo que acredita ser o melhor; 6- Respeitar as decisões contrárias, quando tomadas pela maioria;  6)- Não ser subserviente, ainda que contrariando orientação de classes, grupos e mesmo do partido; 7)- Fazer do mandato um sacerdócio e a oportunidade de servir o semelhante e construir uma sociedade mais justa; 8)- Não fazer do cargo um pedestal de vaidade e, ter consciência de que nenhum cargo é eterno; 9)- Trabalhar em equipe, valorizando e incentivando as iniciativas dos assessores e determinando metas exeqüíveis a serem cumpridas; 10)- Ter consciência de que a liderança conquistada não confere poderes ditatoriais ou ilimitados;  11)- Cuidar da coisa pública com o mesmo cuidado e denodo que se propõe a administrar o orçamento de casa, da empresa e do negócio particular; 12)- Tratar o  cidadão, o subordinado e colegas políticos  com respeito e urbanidade; 13)- Não fazer do gabinete uma extensão do escritório particular 14)- Não fazer uso do bem público para fins particulares ou para atender apaniguados e 15)- Ser tolerante, sem ser condescendente, com os pares que não comungam desses mesmos ideais.”  E então, você acha que o seu candidato reúne muitos dos predicados acima?  Pense nisso  antes de lhe conferir uma procuração em branco com prazo de validade de quarenta e oito(48) meses.  

advogado tributário

www.buchadvocacia.com.br                                       colaborador do Notícia da Manhã

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