José Carlos Buch

O texto abaixo foi extraído de um vídeo recebido pelo WhatSapp e reproduz ipsis literis,  uma conversa entre o filósofo Mario Sérgio Cortella e o escritor Gabriel Chalita. Vale a pena conferir. Cortella assim iniciou sua locução:  – “Mandela veio ao Brasil logo depois que ele foi libertado e eu tive a honra de também estar quando ele veio visitar a cidade de São Paulo. Eu era secretário de educação na prefeitura, ele veio visitar, e eu tive a honra de apertar a mão do Nelson Mandela. Quando eu apertei a mão do Mandela, as minhas pernas bambearam porque eu não estava apertando a mão do homem, eu estava apertando a mão da decência e, não é toda hora que a gente aperta a mão da decência. Você se lembra ao mencioná-lo que,   quando ele tomou posse como Presidente da África do Sul,  no primeiro governo logo depois de Apartheid, que ele fez o famoso jantar em que as pessoas recebem aqueles que vão honrá-lo por ser o Presidente. Você se lembra de que ele convidou para sentar ao lado dele os dois carcereiros. É impressionante, aliás, é quase mais do que isso, é irritante – como é que ele é capaz de fazer uma coisa dessa? Ele me humilha, é isso porque eu gostaria de ser capaz dessa grandeza, eu sou bem menor que ele, não que isso seja um auto desprezo, mas é verdade. Um homem que passa 27 anos preso, 18 numa solitária de  um metro e sessenta e Mandela tinha 1 metro e 90 de altura e, em 18 anos ele ficou recluso numa pequena jaula onde ele só saia para ser interrogado e torturado. Advogado, um homem que tinha toda uma trajetória possível, líder na comunidade dele e,  ele para o jantar de posse, em vez de convidar as grandes autoridades, ele chama para sentar um de cada lado, seus casqueiros celeiros  e,  ainda ao ser perguntado, diz: – É porque eu queria que eles me vissem como um humano. Isso é de uma grandeza… O que faria você, ou eu, claro se a gente passa 27 anos sendo torturado preso vitimado ofendido né, agredido, e aí você tem em mãos o poder de ser Presidente da República, de retribuir tudo, de dar o troco? E,  o que ele faz, ele humaniza a ideia e não se rebaixa – é de uma grandeza imensa.” Como alguém escreveu um dia: “A grandeza de um homem não se mede pela sua estatura, pela sua força ou pelo seu conhecimento, mas pelo seu coração. A grandeza de um homem não se mede pelo terreno que ele possui, e sim pelo horizonte que ele é capaz de ver.”

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