Quem atua no ramo da contabilidade ou tem noção do que representa o balanço de uma empresa, sabe que de um lado(sempre direito) está o ativo, que comporta todos os recursos, disponibilidades, valores a receber, estoque e os bens patrimoniais da empresa. Do outro(esquerdo), o passivo, que se contrapõe ao ativo, ao noticiar as dividas e obrigações e ainda, fechando a conta  o patrimônio liquido que representa o capital investido pelos sócios, os lucros e as reservas. Assim, em linhas gerais, entende-se que o total do ativo menos as dividas e obrigações do passivo, resultam no que,  tecnicamente é chamado de PL, ou seja, patrimônio liquido. Quando a empresa tem lucros esse PL aumenta e, ao contrário, quando registra prejuízo  diminui, tornando a empresa menos valorizada. E,  como se apura esse resultado, positivo(lucro) ou negativo(prejuízo)? Bem, foi aí que o pai da contabilidade,  o frei italiano Luca Bartolomeo de Pacioli, lá por volta de 1340, portanto,  está se falando do século XIV, criou também o demonstrativo de lucros e perdas, hoje conhecido de Conta de Resultados, onde estão registradas todas as receitas, os custos e as despesas da empresa. Receita maior = lucro, custos e despesas maiores que a receita = prejuízo –  simples assim. Noção básica de contabilidade à parte, o fato é que, assim como toda  empresa fecha o seu balanço, é salutar fazer o mesmo a cada ano que se encerra, só que, diferentemente de lançamentos e registros contábeis, esse balanço, pessoal evidentemente,  deve contemplar uma reflexão profunda e  abrangente, envolvendo muito mais do que o patrimônio e os bens materiais diminuídos ou conquistados. Nesse balanço, o ter não é mais importante que o ser, de modo que algumas abordagens merecem ser ponderadas. A começar pelo reflexo da pandemia na vida de cada um. Houve perdas de entes queridos e amigos? Você foi uma vítima e ficou com sequelas? Qual o impacto na sua vida pessoal em termos de perdas? Qual foi a sua maior decepção e frustração? Qual foi o aprendizado? Qual foi o seu maior erro ou o seu melhor acerto? O que você poderia ter feito para melhorar a sua vida e mesmo de outros e não fez? Que nota você  daria a si mesmo pela sua conduta durante o ano? Muitas outras questões poderiam ser elencadas, mas isso fica por conta da reflexão de cada um. A exemplo do balanço das empresas, use o ativo e o passivo para registrar essas respostas e, ao final a nota que você se atribuir vai representar o seu PL que,  compreende muito mais do que números e bens materiais. O balanço pode seguir o mesmo princípio, mas o resultado não, porque na contabilidade e no balanço da vida, o aumento patrimonial não é tudo, o ter,  pouco importa, mas o ser no sentido de ter sido(útil, importante, paciente, tolerante, resiliente, produtivo, solidário,  educado  e gentil), sim. Isso é o que conta! Ah, e como arremate final,  use as notas explicativas do seu balanço para registrar que em 2022, você almeja simplesmente ser um ser humano melhor(desculpe o pleonasmo). Apenas isso!  Feliz novo ano.