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  23 de dezembro de 2011

CUIDADO COM A BOLHA


CUIDADO COM A BOLHA

                                                                 José Carlos Buch

Diz um ditado italiano que “não há bem que sempre dure,  nem mal que não se  acabe”. Vivencia-se hoje um “boom” no mercado imobiliário só comparado às épocas dos fatídicos e frustrados  planos econômicos das  décadas de oitenta e noventa,  compreendidos pelo Plano Cruzado (Sarney – 03/86) Plano Bresser (01/89) e ainda Plano Verão(03/90), que trouxeram euforia e decepção. Naqueles anos o consumo desenfreado elevou os preços dos imóveis às alturas que, todavia,  não demoraram muito a cair na real até ganhar estabilização por conta da moeda do mesmo nome,  instituída no país em junho de 1994. Poucos se lembram, mas o dólar ultrapassou a casa de R$3,50 no mês de dezembro de 2002, depois de ter sido cotado a R$0,85 no primeiro mês do Plano Real,  em julho de 1994. Manteve-se estável até dezembro de 2008 depois de uma despencada significativa no ano de 2007,  quando fechou o ano cotado a R$2,34. A partir do ano de 2009 a moeda norte americana foi descendo ladeira, oscilando entre as faixas de R$1,50 a R$1,70, acumulando um acréscimo de apenas 100%(de R$0,85 em 07/1994 a R$1,70 em 06/2011). Desde o início do Plano Real em julho de 1994, a inflação acumulada medida pelo IGPM-FG  é de 402% e,  pelo INPC em 295%, quase o mesmo índice da variação da SELIC,  que é de 299%.  A tabela do imposto sofreu atualização de apenas 164% o que mostra que estamos pagando estupidamente mais imposto, a cada ano que passa, ou seja, 135% a mais, se compararmos apenas com a variação da SELIC, isso tudo no estado democrático de direito.  Nesse mesmo período as ações da Petrobrás tiveram uma  valorização de 2.721%(de R$0,89 em 07/94 para R$26,80 em 06/2011). Comparando-se esses  indicadores, verifica-se que algo está errado no mundo dos números e, isso pode se constituir uma ferramenta importante para acender o farolete de “led”, que muitos insistem em não usar, para clarear o futuro bastante próximo. Nesses dezessete anos de moeda estável,  o país alcançou posições importantes no cenário mundial,  voltando a ser a oitava maior economia do planeta. A Folha de São Paulo do dia 12/05/2011, pg. 2, no caderno “Ilustrada”, divulgou  uma pequena nota observando que os preços dos imóveis na capital de São Paulo subiram 31% nos últimos 12 meses, usando como fonte a pesquisa “IBOP – Inteligência” feita para a Revista Exame. Em dois anos, segundo a nota,  os imóveis brasileiros valorizaram 52% e, só  Hong Kong teve desempenho melhor. Não se tem registro da valorização desses últimos dezessete anos, mas, seguramente os valores atuais dos imóveis são irreais, tanto é fato que muitos brasileiros estão vendendo apartamento em São Paulo e comprando um e meio e, às vezes, até dois, em Miami,  com o mesmo dinheiro. Sem pretender ser adivinho ou  pitonisa do futuro negro, tudo leva a crer que o dólar tende a se valorizar chegando,  à cotação próxima a R$2,00 no final do ano. Já,  os imóveis com os valores inflados e irreais, seguramente não resistirão ao pequeno furo da bolha que,  começa sempre com uma pequena e indesejada inflação e termina como um balão sem gás ou que perdeu altura. Oxalá estejamos equivocados.               

(publicado jornal O Regional em 05/2011)

                                                      advogado tributário

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