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  21 de janeiro de 2015

PRAÇAS SEM NOMES E SEM IDENTIDADE


PRAÇAS  SEM NOMES E SEM IDENTIDADE  

                                                                  José Carlos Buch

A história de uma cidade é feita de pessoas e fatos. Uma das formas de imortalizar e perpetuar essas pessoas é conferir  o nome das mesmas aos logradouros públicos. Num país onde  cultivar a memória dos seus antepassados não faz parte da cultura do seu povo, o mínimo que se pode esperar  é que os nomes dessas pessoas possam aparecer com algum destaque em placas onde, por força de lei, o local passou a ser identificado. Não é o que normalmente acontece na pratica, infelizmente. Cite-se o exemplo da Praça Oscar Valzacchi que  está localizada no entorno do teatro municipal. É provável que nem mesmo os moradores do bairro sabem o nome da praça que é lembrada como praça do teatro, quando o nome do talentoso pintor e escultor catanduvense deveria ser evidenciado. Para os que não sabem, Oscar Valzacchi(Taquaritinga-SP.,18/01/1927 – São Caetano do Sul/SP., 16/07/1979) revelou inúmeros pintores. Foi pintor e escultor de muitas láureas e saudosa memória no meio artístico paulista, dom que herdou do pai Francisco Valzachi  que, formado em artes plásticas em Úcline, na Itália,  foi professor, pintor, decorador e escultor em Taquaritinga para onde imigrou no século XIX. Oscar estudou pintura com seu pai e posteriormente, na escola de belas artes de Araraquara sob a orientação de pintores Carlos Pujol, Luis Gualberto, Alexandre Dudai e Aldo Cardarelli; participou de salões de arte e mostras de pintura, onde recebeu várias premiações, entre elas a medalha de prata no Salão Paulista de Belas Artes em 1974 e ficou conhecido nacionalmente como “o pintor de queimadas”,  cujo tema não era de sua preferência; chegou a Catanduva em 1949 e com seus irmãos montou um atelier na Rua Sete de Setembro que funcionou até 1951; solicitado então pelo Prefeito José Antônio Borelli, realizou diversas esculturas e monumentos, entre elas a Fonte Luminosa situada a principal praça da cidade. Também é de sua autoria a maioria dos retratos pertencentes à Câmara Municipal, a maioria dos retratos dos presidentes do legislativo entre outras importantes obras. Existe um quadro no qual o artista retratou o então Padre Albino e que pertence ao acervo da J. Marino que é de uma perfeição impressionante.  Em nossa cidade, provavelmente outros logradouros, padecem da mesma falta de selo e de respeito para com o homenageado. Seguramente, não basta instituir e aprovar lei e afixar placa em praças e prédios públicos, nem sempre em destaque,   homenageando pessoas, porquanto é preciso manter esses locais limpos e conservados e, sobretudo, zelar para que as placas, por mais mequetrefes que sejam e muitos os são, sejam igualmente conservadas e repostas em caso de furto.  No caso, embora tenha uma praça com o seu nome, a verdade é que Oscar Valzacchi que  só é lembrado pelos familiares, também de grandes artistas e por aqueles que tem o privilégio de possuir uma obra sua, merece melhor respeito do poder público que é detentor de parte considerável  do seu acervo.  Outras devem se encontrar na mesma situação.  As placas identificando os nomes de nossos logradouros públicos são indispensáveis e revelam  o respeito e a homenagem  da comunidade para com aqueles que contribuíram para o engrandecimento da cidade e o fizeram por merecer. Deixar esses locais sem os cuidados necessários e principalmente sem identificação é ultrajar a memória dos homenageados, é deixar de implementar lei que aprovou a homenagem e, ainda,  tornar a  cidade sem memória e sem identidade. Assim como ninguém herda nada de pessoa viva, morto não pede para ser homenageado, simplesmente o faz por merecer.   

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