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HISTÓRIAL REAL QUE VAI VIRAR FILME


  14 de maio de 2015

ISTÓRIAL REAL QUE VAI VIRAR FILME

                                                                  José Carlos Buch

Em março de 1946, um ano depois da derrota da Alemanha, Franz Stigles estava em busca de trabalho quando foi reconhecido pela boa qualidade de suas botas. Eram botas dos pilotos da Luftwaffer, aqueles que, segundo a propaganda do governo, salvariam a Alemanha da derrota. Dos 28 mil pilotos do Reich, haviam sobrado somente 1.200, mas ele foi reconhecido e insultado pelos compatriotas. Esse pedaço da vida mostrou-lhe que as botas da glória haviam-se transformado em marca da desonra. Franz não era um homem qualquer, mas, em 1946 ninguém haveria de se lembrar dele, com exceção de  Charlie Brown. Três anos antes, em plena guerra no ano de 1943,  Franz pilotava um caça BF 109, protegendo o norte da Alemanha, quando alcançou um B-17 de uma esquadrilha que bombardeara a região de Bremen. O avião americano estava em pandarecos e bastante avariado. Ele podia ver tripulantes feridos e rombos na fuselagem. Tirou o dedo do gatilho e  emparelhou seu caça com o bombardeiro. Aquele avião não podia estar voando naquele estado tão precário.  Charlie Brown, piloto do B-17, esperava apenas pelos últimos tiros para ser abatido no ar, quando viu o piloto alemão movendo a cabeça num incompreensível sinal afirmativo e, surpreso, imaginou  estar  sonhando. Franz escoltou o B-17 pilotado por Charlie Brown durante 10 minutos. Quando ele se aproximou da costa da Inglaterra, balançou as asas e voltou para sua base alemã:  –   “Não se atira em paraquedista. O avião estava fora de combate. Eu não carregaria isso na consciência” -, afirmou. Charlie contou aos seus superiores o que acontecera, mas mandaram-no ficar calado, pois propagaria um episódio capaz de comover os colegas com a ideia de que, em plena guerra de tantas e tantas atrocidades, ainda havia alemães civilizados e humanos. Franz sobreviveu à guerra, deixou a Alemanha e se mudou para o Canadá  e,  só em 1985 contou sua história. Não sabia o que acontecera ao B-17 e tampouco com o destino dos seus tripulantes. Dos 12 mil bombardeiros, 5 mil  haviam sido destruídos em combate. Na outra ponta, Charlie Brown, que vivia na Flórida, sonhava em encontrar aquele alemão. Escreveu uma carta para uma revista, descrevendo o estado do seu avião, com cuidado de omitir um importante detalhe. Em 1990 os dois encontraram-se. Franz tinha 75 anos e Charlie, 68. O Alemão lembrou-lhe que o B-17 estava com o estabilizador destruído. Era o detalhe omitido e que faltava. Pouco depois, todos os sobreviventes do B-17 reuniram-se, levando suas famílias. Eram 25 homens e crianças que deviam a vida a um homem que não apertou o gatilho quando poderia tê-lo feito. Franz morreu em março de 2008. Charlie em novembro do mesmo ano. Esta história foi lembrada pelo jornalista Elio Gaspari(Folha de S. Paulo, 13/07/2014) e  está contada no livro “A Higher Call”(uma chamada superior, em tradução livre),  de Adam Makos, sem tradução ainda para o português,  e vai virar filme, tal como as histórias reais retratadas nos excelentes filmes “O pianista”, estrelado por Adrien Brody, dirigido por Roman Polanski, lançado em 2002 e o recente  “Uma longa viagem”,  estrelada por Colin Sirth e Nicole Kidman, direção de Jonathan Teplitzky, lançado em 2014.  Vale a pena aguardar e conferir!

                                                                  advogado tributário

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