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A VIAGEM DOS QUE NUNCA SE FORAM (PARTE III)


  28 de fevereiro de 2013

A VIAGEM DOS QUE NUNCA SE FORAM (PARTE III)

                                                                 José Carlos Buch

(Este é um artigo de ficção que tem como único propósito enaltecer e homenagear pessoas que ajudaram a construir e a escrever a história da nossa cidade.  — Em memória dos nomes citados).

A caminho do Rio de Janeiro, os três primeiros ônibus guardavam entre si relativa distância. A noite quente de verão de céu azul e poucas estrelas, indicava que para o percurso até São Paulo não havia previsão de chuva. No quarto ônibus, com a liderança do prof. Claudiomar Couto e Mayrton Monteleone(empresário da concessionária Mercedes Benz), viajavam tradicionais catanduvenses que em vida não se utilizavam de  ônibus, já que muitos  preferiam avião de carreira ou mesmo próprios(monomotores, bimotores e até jatinhos) ou, ainda, em modernos e confortáveis automóveis com direito a  motorista particular. Esse ônibus, com a configuração diferenciada,  o mais luxuoso da frota,   estava equipado com  bar executivo, TV individual com acesso a mais de cem canais via satélite(TV aberta e fechada), ar condicionado ecológico, poltrona de couro tipo leito cama, mesa de jogos, dois banheiros e requinte de atendimento por rodomoça,  tipo first class. Nesse ônibus, além do Claudiomar e do Mayrton, viajavam Pedro Monteleone(pai do Mayrton), José Pedro da Motta Salles(Alemão da Usina Itajobi), Júlio Cesar Marino(fundador da J. Marino, ousado empresário do ramo de café e biscoitos), e como convidado destes, o comdte. Rolim Adolfo Amaro(fundador da TAM e brevetado em Catanduva, graças ao apoio destes três amigos: Alemão, Mayrton e Julio), Reinaldo Joaquim Pagiossi(exímio piloto, sempre de bem com a vida – o rei do pé e mão), Miguel Simão Hadad(loja “A Graciosa” destruída por incêndio após inauguração em novo prédio,  na década de setenta),  Éden Antonio Rosa(tecidos finos “A Novidade”),  Antonio Martins Duarte(loja de tecidos “Casa Duarte” e primeiro presidente do Sincomércio de Catanduva), Urany Marques de Souza(dinâmico e próspero comerciante do ramo de confecção – Boutique Cecília – presidente da creche Sinharinha Neto), José Olímpio Gonçalves(respeitado e tradicional agricultor), Nilo Zancaner (comerciante de café e agricultor), Orlando Gabriel Zancaner(Senador da República e vida política invejável), Roberto Lima(dentista de renome internacional, top) Julio da Cruz(Casa Progresso, pioneiro como distribuidor de gás), Délio Chiodini(ousado comerciante de café), Manoel Hernandes e seu irmão Vicente Hernandes(agricultores de tradição no ramo de café), José Fernandes(Usina Cerradinho),  Rufino Benito(agricultor conservador, com o seu impecável terno de linho), Daniel Dalto(Livraria Santa Rita, vivia no meio dos livros), Dr. Milton Maguolo(dentista e presidente da Sociedade Espírita Amigos Germano),  Padre José Valsania(Catedral, cantor erudito), Nair de Freitas(brilhante jornalista – Jornal “A Cidade”), Dr. João Miguel Calil(hábil cirurgião, considerado um dos melhores da região), Dr. Michel Curi(médico e diretor da FAMECA por muitos anos),  Dr. Luiz Régis Galvão(brilhante Promotor Público e, posteriormente,  bem sucedido advogado), Dr. José Virgilio Vita(sábio Juiz de Direito e respeitado professor universitário) e Dr. Athos Procópio de Oliveira(médico clínico conceituadíssimo na cidade e região). O prof. Claudiomar Couto conclamou os presentes dizendo da felicidade de tê-los a bordo e Mayrton Monteleone destacou, antes de servido os salgados, que todos deveriam se manifestar sobre as experiências vividas na nova vida espiritual. Os  presentes, comandados pelo Milton Maguolo e padre José Valsania,  fizeram uma oração ecumênica  de agradecimento ilustrada com a voz do pároco  tenor, que magistralmente interpretou a “Ave Maria de Gounod”. Todos falaram, alguns lamentaram não poder concluir projetos que haviam iniciado na terra, mas que entendiam a vontade divina. A rodomoça passou a servir whisky, vinho francês e italiano, cerveja importada, salgados e canapés preparados pelas Irmãs Mazzi que viajavam no outro ônibus. O ambiente alegre com longas conversas  permaneceu até a madrugada quando o sono bateu e foi retomado com a chega do ônibus na cidade maravilhosa. (continua na próxima edição).

                                                                 advogado tributário

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