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AS MEDIDAS AO LONGO DO TEMPO


  9 de janeiro de 2018

AS  MEDIDAS AO LONGO DO TEMPO

                                                                 José Carlos Buch

Ao longo da história da humanidade as unidades de medida foram criadas e adaptadas de acordo com a necessidade dos povos. Muitas dessas medidas eram instituídas baseadas em partes do corpo. Por exemplo, o cúbito era uma unidade utilizada pelos egípcios há, aproximadamente, 4.000 anos. Ela consistia na distância do cotovelo até a ponta do dedo médio do faraó. O palmo também era muito utilizado pelos povos egípcios, essa medida baseava-se na utilização de quatro dedos juntos e correspondia à sétima parte do cúbito. Hoje o palmo ainda é utilizado em medições caseiras, é medido pela distância em linha reta do polegar ao dedo minguinho. Assim, os primeiros sistemas de medida foram  baseados no corpo humano da pessoa mais importante de cada região, como um rei ou governante. O problema é que como os governantes não eram (e não são) todos iguais, uns mais gordinhos, outros mais altos, isso causava problemas, pois, ao negociar com seus vizinhos que utilizavam padrões de medidas diferentes, era preciso certa adequação das medidas destoantes para, então, chegar a um acordo! Vale a jarda maior ou a menor? E o pé?  A padronização começou com o Império Romano que dominava grande parte da Europa e que  utilizava uma relação unificada de múltiplos e submúltiplos e tinha como unidade de medida o pé de Drusus, que equivalia a 335 mm. Quando tudo, pelo menos em relação ao sistema de medidas, parecia estar em ordem, o Império Romano acabou. Com isso, grande parte da população europeia abandonou as cidades e mudou-se para o campo. Trabalhavam em terras alheias e voltaram a utilizar as unidades de medida locais, num verdadeiro retrocesso! Tamanha confusão continuou até o final do século XVIII.  Na França, o povo cansado dos privilégios e dos abusos da monarquia, decidiu tirá-la do poder: acontecia a Revolução Francesa. Os comerciantes exigiam que os pesos e as medidas fossem unificados no país. Pelos idos de 1700, havia na França mais de 700 unidades de medida. Em face dessa situação, de existência de mais de 700 medidas empregadas de forma simultânea e arbitrária, foi montada uma comissão de notáveis, justamente para tentar encontrar uma medida que fosse aplicável a todos os homens em todos os tempos. E, portanto, uma medida que se distanciasse daquele subjetivismo e casuísmo, até então reinantes. Depois de muito estudar, chegaram à ideia de que a medida a ser encontrada deveria partir de um ponto de vista físico e a ideia sugerida foi encontrar, na terra, algo que fosse universal. Aí se chegou à ideia de que a medida deveria ser um milionésimo do quarto do meridiano terrestre, porque sendo uma medida relacionada à Terra, ninguém dela poderia reclamar. O problema, porém, era medir adequadamente esse espectro. Duas pessoas, Pierre François Méchain e Jean-Baptiste Delambre, fizeram o seguinte: um iria de Dunkerque a Barcelona e outro iria de Barcelona a Dunkerque. Por quê? Para medir exatamente essa distância. Depois de muitos anos, eles chegaram à medida que é o “metro”, uma unidade que está em ferro num museu em Paris. Em 1795, foi escolhida essa medida, justamente para se afastar de subjetivismos e criar algo que pudesse ser uniforme e igualitário para todas as transações comerciais e para os propósitos científicos. Em outras palavras, para se afastar do subjetivismo e da arbitrariedade, criou-se uma unidade de medida, e daí veio o “metro quadrado”, depois o “metro cúbico”, o “quilo” e assim sucessivamente, de sorte que  as demais unidades de medida, como massa e volume, foram, então, padronizadas a partir do metro-padrão. Em 1840, uma lei francesa definiu que somente as unidades do sistema métrico seriam utilizadas e, a  partir de então, o novo sistema difundiu-se pelo mundo, até ser substituído pelo Sistema Internacional de Unidades (SI), que engloba outras unidades de medida, bastante utilizadas, que também necessitavam de uma padronização. Algumas dessas antigas unidades ainda são utilizadas por determinados países até os dias atuais.  A Inglaterra e os Estados Unidos utilizam a jarda como medida de comprimento que consiste na distância entre o nariz e a ponta do polegar, com o braço esticado. Nos jogos de futebol, a jarda é utilizada nos momentos em que o juiz precisa marcar a distância entre a bola e a barreira, para isso ele faz a medição contando passos, que é a medida aproximada de 1 jarda. No futebol americano, as distâncias percorridas pelos atletas são registradas em jardas, que medem aproximadamente 0,91 metros. Enquanto o Brasil utiliza como medida de comprimento padrão o metro, os Estados Unidos utiliza a milha. Temos que 1 milha corresponde a, aproximadamente, 1,609 metros. A polegada é uma unidade de comprimento utilizada no Brasil em casos isolados, mas é muito usada em países como a Inglaterra, e sua medição possui uma relação com o centímetro, de forma que 1 polegada corresponde a 2,54 centímetros. No Brasil se utiliza muito também a arroba(15 quilos) nas transações  de gado e suínos e toneladas para quantificar a produção agrícola.  Na aviação verificamos uma unidade usada na determinação de altura, o pé. Quando um avião precisa informar a sua altura ele utiliza essa unidade comunicando aos passageiros e informando a torre de comando a sua altitude correta. Por exemplo, um avião que se encontra a 10.000 pés de altitude, está a 304.800 cm, que corresponde a 3.048 metros. Dizemos que 1 pé corresponde a 30,48 centímetros. A verificação dos padrões de medida utilizados é feita por laboratórios especializados, espalhados em diversos países. No Brasil, o INMETRO é o responsável por essa atividade. A verificação dos institutos deve garantir que instrumentos de medição, como balanças, réguas, fitas métricas etc., façam a leitura correta do que estão medindo. Como se vê, a precisão das unidades de medidas que usamos até mesmo imperceptivelmente em nosso dia,  guarda em si uma longa história medida ao longo do tempo.   

                                                        advogado tributário

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