Blog
Home      Blog
  17 de dezembro de 2024

NATAL – DE JESUS E DO PAPAI NOEL


                                                                 José Carlos Buch

Todos os anos o menino pobre, filho de uma mãe virgem e de um pai carpinteiro, ambos escolhidos pelo plano divino, que nasceu numa humilde manjedoura lá pelas bandas do oriente médio,  faz com que o mundo ocidental comemore o seu aniversário como nenhum outro no universo. A data escolhida, 25 de dezembro, que dizem não ser a correta, é celebrada por 2.18 bilhões de cristãos existentes no mundo,  o que corresponde a aproximadamente 31% da população do planeta terra. É muita gente  celebrando o nascimento daquele que, além de outros inúmeros e milhares exemplos, se notabilizou por dar o verdadeiro e pleno sentido ao vocábulo amor, sem contar que,  a partir dele teve  inicio  um novo calendário. Precisa mais? O Natal é tão emblemático e a grandiosidade da mensagem deixada pelo aniversariante é tão superlativa que consegue enternecer, no sentido bíblico da palavra,  o coração dos mais insensíveis; consegue tornar ternos, fraternos e amáveis, pessoas que, distantes, há muito não se falavam; consegue sensibilizar os adultos a oferecer uma lembrança a uma criança, ainda que seja uma simples bola ou uma boneca de pano; consegue fazer com que voluntários comecem de manhã ou até mesmo muito antes preparando a ceia que irão servir pessoalmente  para os desprovidos de tudo, principalmente moradores de rua numa noite em que muitos brindam e se fartam; consegue congestionar a capacidade das torres de celulares, em todos os cantos do planeta,  tal as milhares e  milhões de ligações e mensagens pelos aplicativos whattsap, instagram, facebook e outros; consegue inspirar as composições de músicas e jingles cuja melodia, algumas seculares,  outras contemporâneas, estão gravadas na memória e permanecem eternizadas. Quem não se lembra do jingle do extinto banco Nacional … quero ver você não chorar….; da música “Happy Xmas (War is Over)” do cantor e compositor John Lennon, lançada em 1971,  esculhambada  por conta e obra da cantora Simone e, ainda,  da música Jingle Bells,   escrita e composta em 1857,  por James Lord Pierpont, na Georgia, dentre outras?  Nenhuma outra data consegue mobilizar e sensibilizar tanto e em todos os sentidos como o Natal.   Entretanto, esse mesmo Natal que se notabiliza pelo sentido cristão, humano, solidário e festivo, também tem outro lado e aí é que, um outro personagem também gestado no seio da igreja, mas distorcido dos seus princípios hoje é o centro das atenções. Trata-se do Papai Noel(embora nome próprio, deveria ser escrito em  minúsculo),  que teve origem com  São Nicolau, um bispo católico do século IV que viveu na cidade de Mira, onde atualmente é a Turquia. Ele é lembrado como um homem bondoso que presenteava as crianças no dia de seu aniversário, 6 de dezembro. Fato é que, em  1920, a Coca-Cola começou a fazer os seus primeiros anúncios voltados para o período do Natal inspirado na figura desse Santo. As propagandas eram feitas em revistas de menor audiência. Com o passar dos anos, a marca cresceu vertiginosamente. Era hora de fazer propagandas mais elaboradas. Foi quando então a Coca-Cola contratou o artista Haddon Sundblom, que criou a figura do bom velhinho tal como é visto até os dias de  hoje no mundo. O comércio aproveitou o embalo sedimentado nessa figura mítica e passou a explorar o momento de festa para fazer a sua própria fe$ta, promovendo produtos e induzindo o consumo desenfreado de presentes voltados a essa data festiva. Assim, o Natal acabou perdendo o seu verdadeiro espirito para se tornar uma verdadeira festa do mercantilismo,  onde o aniversariante acabou perdendo espaço para o velhinho de barbas brancas criado pela Coca-Cola. Esse  Natal do consumismo e do mercantilismo de hoje, tendo o Papai Noel como  personagem central para alavancar vendas de produtos de consumo,  distorceu e desvirtuou visceralmente o real sentido da celebração  do nascimento daquele que,  ungido pela luz divina,   teve a missão de ser o  Salvador do mundo, no sentido literal da palavra.  Nesse cenário,  cada um de nós pode escolher celebrar o Natal como quiser – com harmonia e paz,  confraternizando, dando apenas um singelo abraço, enviando uma mensagem, entregando um modesto cartão de natal,  fazendo um simples telefonema, como pode também deixar-se levar pela catarse do consumismo e fazer do cartão de crédito um instrumento de festa para os lojistas ou para os sites de compras. A opção é de cada um e o resto da história todos conhecem!                                                                              www.buchadvocacia

VEJA TAMBÉM:
18 de março de 2025
ARTIGO 500
17 de fevereiro de 2025
SÓ SEI O QUE EU SEI
23 de janeiro de 2025
A TV QUE (NÃO) TEM NOSSA CIDADE
7 de janeiro de 2025
O RABO DO CAHORRO DO ALCIBÍADES
17 de dezembro de 2024
NATAL – DE JESUS E DO PAPAI NOEL
17 de dezembro de 2024
O PORTUGUÊS DE LÁ NEM SEMPRE  É COMO CÁ

Solicite uma reunião com nossos
advogados especialistas:

Desenvolvido por BCS Desenvolvimento
Abrir bate-papo
Olá
Podemos ajudá-lo?