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PROF. WALDEMAR CARLOS TADINI


  22 de fevereiro de 2023

A importância da drosófila     

Este artigo foi publicado originariamente em 23 de outubro de 2009,  em outro jornal. A sua reprodução é oportuna, porquanto é  a forma modesta de homenagear o principal protagonista – professor Waldemar Carlos Tadini, que, aos 84 anos,  lamentavelmente nos deixou na última terça feira.  Drosófila (segundo Dicionário Aurélio Século XXI)Gênero de pequenas moscas drosofilídeas, tradicionalmente tidas como melhor animal para experimentos genéticos, devido à frequência das gerações.” Transcorria o ano de 1964. Do recém-inaugurado Ginásio Estadual “Nicola Mastrocola”, notabilizado como “Nicola”, anos depois considerada por muitos anos, a melhor escola pública da cidade, era possível ver e ouvir as máquinas e caminhões trabalhando diuturnamente na construção da então Rodovia da Laranja. O diretor Prof. Assode Antonio conduzia a escola com rara sabedoria, própria daqueles que nasceram dotados com o dom da liderança. A inspetora de alunos, Dona Bia Dispore, impunha respeito e disciplina com a sua simpatia singular; o mesmo respeito também era tributado pelos alunos aos dedicados professores, dentre os quais, Virgílio de Arruda Mendes (Matemática), Marli Gil (Português), Deise (Inglês), Regina (Desenho), Nelson Siqueira (História), Heitor Fernandes (Geografia), Waldemar Taddini (Ciências, atual Biologia) e Jair Trida (Artes) que, sábios, transmitiam conhecimentos e, principalmente, exemplos de idealismo e de cidadania. Não menos respeitoso era o tratamento dispensado aos serventes Sr. Altair Favaro David (atual juiz de paz) e José Nazaré de Oliveira (Nedi), e a todos os funcionários da secretaria e da administração, capitaneados à época pelo competente e organizado João Vitussi Filho que, alguns anos depois, sucedeu o prof. Assode na diretoria. Até mesmo o Sr. Dito (como não lembrar!), um homem negro e alegre, já na terceira idade que, com sua cesta de vime, vendia sonho recheado de goiabada no intervalo do período diurno, gozava da simpatia de todos, assim como a Sra. Ercênia e seu casal de filhos, que exploravam a pequena cantina. Eram poucos os alunos que exigiam maior atenção e até mesmo repreensão por parte dos educadores, ao contrário de hoje, em que, infelizmente, a grande maioria de alunos joga no time dos desinteressados e alienados. Pobre Brasil de amanhã!  Pichação nas paredes e muros, nem pensar! E mesmo anotações ou gravações nas carteiras de madeira eram depredações raras. As “colas” já existiam, mas poucos faziam uso delas com anotações nas carteiras, pois as artimanhas eram outras, certamente mais criativas. Por conta das iniciativas do então jovem, dinâmico e idealista professor de Ciências (atual Biologia) Waldemar Tadini, eram ministradas periodicamente aulas no laboratório, onde se aprendia tudo na prática a prática de tudo, até mesmo a embalsamar sapos e outros bichos. Hoje, essas experiências são praticamente impossíveis já que proibidas por conta das restrições impostas pelas normas do IBAMA, severa vigilância da Sociedade Protetora dos Animais e até mesmo do “Green Pace”.   E, foi com o mesmo professor Waldemar que descobrimos que uma banana madura e descascada, por muito tempo exposta ao tempo (desculpe o pleonasmo), era um campo fértil para o surgimento das drosófilas que, como definidas no Aurélio trata-se de uma pequenina mosca de cor castanha e amarela, com alto poder de reprodução. E, o que a drosófila tem a ver com a Lua, Marte, Vênus e outros planetas vizinhos que o homem ousa descobrir e pesquisar? Obviamente a drosófila não tem nenhuma importância para o mundo sideral, mas imagine a repercussão que teria para a humanidade e, especialmente, para o mundo cientifico, a descoberta, pelas sondas espaciais ou mesmo por um veículo tripulado, de uma única drosófila num desses planetas. É claro que isso tudo não passa de imaginação, mas, se você quiser conhecer a drosófila aqui do planeta Terra e só repetir em sua casa a experiência que o professor Waldemar Taddini transmitia com muita sabedoria aos seus alunos do curso ginasial (atual fundamental) nos idos da década de sessenta. Seguramente você vai se surpreender.

(Este artigo é uma singela homenagem a todos os nomes citados e, bem assim, a todos aqueles que tiveram o privilégio de serem forjados e lapidados no “Nicola”).

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