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  24 de agosto de 2010

QUEM EXPLICA?


QUEM EXPLICA?

                                                                 José Carlos Buch

No mês de maio de 2008,  ganhou manchete o episódio de alunas da Escola Estadual “Paulo de Lima Correia” que se envolveram com a “brincadeira do copo” e, por conta disso, algumas precisaram até de atendimento médico e até mesmo espiritual. Não sei bem como isso funciona mas,  coisa boa certamente não deve ser. Esse fato me fez lembrar uma experiência vivida nos tempos do ginásio Nicola Mastrocola, à época recém inaugurado e considerado o colégio de melhor ensino cidade. Os protagonistas consistiam em 5 adolescentes, sendo que um, de nome Nobu(irmão do Takeu), era bastante obeso e o mais velho do grupo. O Nobu sentou-se no chão como fazem os  índios, isto é, com as duas pernas dobradas  e os braços descansando relaxadamente. Os quatros meninos com as mãos juntas e os dois dedos polegares  em riste, tentaram erguê-lo, tomando-o pelas axilas e parte de trás dos joelhos dobrados. É claro que não conseguiram, pois,  para os quatro adolescentes impossível com apenas os dedos em riste levantar quase 100 kilos do colega.  Em seguida, um dos meninos apôs a mão direita sobre a cabeça do Nobu e assim fizeram os outros três, mão sobre mão,  repetindo o mesmo gesto com a mão esquerda, de sorte que as oito mãos repousaram sobre a sua cabeça. Após alguns segundos as mãos foram retiradas, uma a uma e o soerguimento do Nobu, inexplicavelmente  desta vez foi possível, com relativa facilidade. Muitos do que estavam na rodinha, ficaram perplexos e, o próprio Nobu parecia não acreditar. Não me lembro se a inusitada experiência foi repetida outras vezes, mas a explicação cientifica ou lógica, se é que existe,  confesso ainda me intriga. O segundo episódio, também remonta da infância mas, persiste ainda nos tempos atuais, sempre no mês de junho, mais precisamente   na noite de São João, considerada  a mais longa do ano. A tradição consiste em atravessar, quando o relógio marca meia noite,  a fogueira caminhando calmamente sobre as brasas vivas e incandescentes, sem sofrer um único arranhão e principalmente  lesão por queimadura. Dizem os mais velhos que o que move as pessoas que se aventuram a esse desafio é a fé, tão rara e escassa nos dias de hoje, mas presente no coração das pessoas mais simples e tementes à Deus. Quem sabe a física pode explicar como a fé, que é um estado de espírito e, portanto, um fenômeno abstrato, pode influenciar o mundo físico que é tangível,  impedindo a ação da brasa sobre o organismo humano. É claro que existem outros fenômenos  que perpassam o limite do explicável e transcendem à nossa imaginação, lembrando o adágio que “há mais segredo entre o céu e a terra que nossa van filosofia não alcança”.  De todo o modo, fica a indagação. Será que a ciência pode explicar como um  obeso, de repente se torne peso pena e, a razão  da não ação da brasa ardente nos pés descalços?  

                                                        advogado tributário

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