SESSÃO SOLENE IMAGINÁRIA DA CÂMARA – PARTE IV
SESSÃO SOLENE IMAGINÁRIA DA CÂMARA – PARTE IV
José Carlos Buch
(Este é um artigo de ficção. Seu único propósito é enaltecer e homenagear os vereadores e pessoas que ajudaram a escrever a história do poder legislativo da cidade. Em memória de todos os nomes citados).
Assim, o presidente da mesa convidou o primeiro inscrito como orador da noite, o decano vereador Carlos Machado(presidente 1965-1969), um dos idealizadores do encontro. De paletó cinza, cabelos habitualmente longos cobrindo as orelhas e quase à altura do pescoço, Carlito, como era popularmente conhecido, iniciou sua fala declarando mais vez o seu amor à Catanduva e agradeceu a receptividade de todos em comparecer ao encontro afirmando que o número significativo de vereadores e do público, surpreendeu, não só ele, como também toda a comissão organizadora. Disse-se imensamente feliz e realizado em poder reencontrar tantos vereadores do seu tempo e mesmo de tempos mais recentes que veio a conhecer na noite. Antes de continuar, quis fazer um agradecimento ao amigo Acácio de Castro Júnior, também presente que o conheceu criança, mas que, quando presidente da ACE, fez questão mandar revisar a máquina de escrever Remington 22, original, de cor preta e teclado também preto com letras brancas que ele usava no dia a dia e que hoje decora e embeleza a sala da presidência da associação. Lembrou que nessa máquina, por décadas, escreveu seus discursos e principalmente a resenha que semanalmente era enviada ao jornal “A Cidade” lembrando os associados e comerciantes dos prazos para pagamento dos tributos e informações de interesse da cidade. Comentou que hoje ele é mais lembrado como pai do engenheiro José Nelson Machado que empresta nome à principal avenida marginal da cidade e que sentia muito orgulho disso, pois muitos catanduvenses que ajudaram a construir a cidade sequer são lembrados, asseverou. Ao discorrer sobre a cidade, surpreendentemente bela nas suas palavras, afirmou que o slogan cidade feitiço que a tornou nacionalmente conhecida, na essência, vai muito além do fato de transmitir a ideia de uma cidade hospitaleira e acolhedora. Na verdade, relatou, tudo aconteceu por volta de 1940, quando ainda não existia rádio em Catanduva, lembrando que a Rádio Difusora ZYD – 5 começou a transmitir suas ondas sonoras somente em 1º de março de 1.944. Assim, às vésperas do aniversário da cidade(14 de abril), ele, o Nair de Freitas(Jornal A Cidade) e o Prof. Geraldo Corrêa, foram convidados para falar da cidade na Rádio Independência de São José do Rio Preto, então a única emissora que existia na região. Tanto ele quanto Nair teceram vários comentários sobre a cidade e, quando foi a vez do prof. Geraldo Correa falar, casualmente ele enaltecendo o seu povo, disse que Catanduva era uma cidade feitiço. É claro que dita ao acaso a expressão acabou sendo comentada entre os três amigos e daí ganhando as linhas do jornal “A Cidade” pelas mãos do competente jornalista Nair de Freitas. Do jornal para a boca do povo foi um pulinho e daí pra frente essa expressão passou identificar a cidade ganhando o “status” de slogan, tornando-a nacionalmente conhecida e única no país com esse título. Nos anos sessenta, acrescentou, esse slogan chegou a dividir espaço com um outro — “cidade das bandeiras” — por conta do hábito cívico das bandeiras sempre hasteados no horário comercial, à frente dos bancos, estabelecimentos comerciais, escolas e prédios públicos e imortalizado na célebre música “cidade feitiço”, composição de Nhô Pai e Limeira, gravada em 1957, pelo trio da música sertaneja, Luizinho, Limeira e Zezinha, da Rádio Nacional de São Paulo, de muito sucesso, à época. Lembrou-se dos concorridos pronunciamentos que fazia tradicionalmente na casa, sempre no período da manhã, no dia 14 de abril, logo após o desfile pela Rua Brasil, quando tinha a oportunidade de discorrer sobre a história da cidade, desde a sua fundação e mesmo antes disso e relembrar fatos que marcaram época. Anotou que, além desses momento históricos aos quais teve o privilégio participar, guardava muitas histórias da cidade, algumas presenciais e outras não, mas como a lista de vereadores inscritos pra falar era grande, agradeceu mais uma vez a todos pela presença e despediu-se sob aplausos.(continua numa das próximas esdições).
(Colaboraram com este artigo, Sebastião Dias Filho(Cucão da Classfarm) e Laiér Pereira da Silva(vereador nos períodos de 1973/77 e 1983/1989).
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