TENTE, INVENTE, REGISTE!
TENTE, INVENTE, REGISTRE!
José Carlos Buch
Há quem diga que nós brasileiros estamos entre os povos mais criativos do mundo. Se pensarmos, contudo, em inventos e tecnologia, estamos anos luz dos países desenvolvidos e perdemos feio para os países que se encontram no mesmo nível de desenvolvimento do Brasil, principalmente Índia. Basta observar que sequer temos um único prêmio Nobel e por esse critério estamos atrás dos nossos vizinhos. Comparações à parte, o fato é que somos realmente um povo criativo. Cada um de nós, certamente em algum dia, pensou em criar algo inédito e perdeu o bonde da história deixando de ganhar dinheiro com isso, simplesmente por não registrar o invento. Esse articulista conhece um cidadão que na mesa de um restaurante do litoral paulista, ao ver na televisão a notícia de morte do pai de uma modelo famosa por consumir, em alto mar, uma latinha de cerveja com a tampa contaminada por leptospirose, teve a idéia de ligar para o “SAC” da AMBEV e sugerir uma proteção de plástico transparente ou alumínio para revestir a tampa da latinha. Não obteve resposta e, meses depois foi lançada pela Cristal a cerveja em lata “seladinha”, cujo inventor vive hoje confortavelmente e exclusivamente com o valor dos direitos autorais cedidos por dez anos à Cristal. Tempos depois esse mesmo cidadão sugeriu à Souza Cruz fosse lançado um mini-cigarro para aqueles fumantes de baixo consumo. Também não obteve resposta e, para surpresa, poucos meses depois a mesma Souza Cruz colocou no mercado o mini-Free. Assim, em duas oportunidades, esse “inventor” deixou de patentear sua criação. Prestes a testar no campo, um equipamento em fase final de montagem, que pretende por fim às queimadas de cana, a lição do passado certamente não se repetirá já que a mais nova criação por ele idealizada será imediatamente levada a registro no INPI. A propósito, muito há para ser criado no mundo. Sugerimos ao leitor dedicar não mais do que trinta minutas e ler a obra “Óbvio Adms” de Robert R. Updegraff, Editora de Cultura, escrito em 1905 e que custa menos de R$15,00 em qualquer livraria. O leitor vai concluir que pessoas diferentes fazem a diferença.
advogado tributário
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