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A CIDADE VISTA DO ALTO II


  10 de outubro de 2017

A CIDADE VISTA  DO ALTO II

                                                                 José Carlos Buch

O sol está começando a se esconder atrás do horizonte e, em pouco tempo a cidade estará iluminada pela luz artificial. As lojas cerrarão as suas portas e as pessoas apressadas deixando o trabalho,  não tardarão a  ocupar a calçada  descaracterizada e imunda  da principal rua da cidade. À medida que a claridade vai perdendo o seu brilho e o céu no oeste ganhando a tonalidade de amarelo alaranjado pelos poucos raios de sol que ainda estão a irradiar, nós fazemos uma festiva revoada sobre a cidade à procura de um galho onde passaremos a noite. Muitas de nós, antes de escolher a árvore onde passar a noite,  faz um pitstop nos fios de energia elétrica do centro para contemplar o vai e vem das pessoas e o tráfego intenso dos carros. Dizem que,  com o nosso bailado fazemos um barulho característico quando nos aproximamos dos locais de pouso. É bem possível, embora nós que fazemos parte e somos protagonistas  dessa fascinante coreografia sequer percebemos isso. E,  é invariavelmente  assim em todos os anos quando aqui estamos, sempre fugindo da severidade do inverno que castiga a América do Norte que,  é o lugar do qual viemos e, para onde anualmente parte do bando retorna no início da primavera para uma temporada e procriação. Estamos de papo cheio(não confundir com o saco cheio),  pois os insetos que são a base de nossa alimentação não nos  tem faltado, apesar da nefasta interferência do bicho homem no meio ambiente fazendo uso, cada vez mais, de agrotóxico na busca e no afã de produzir mais. Temos a capacidade de capturar nosso alimento em pleno vôo e por isso possuímos um corpo fusiforme e asas relativamente longas e pontiagudas, que medem cerca de 13 cm de comprimento. Fazemos uma sujeira danada nas calçadas, é bem verdade, mas esse é o preço que todos devem pagar por contribuirmos com o equilíbrio ecológico já que,  sem nós a infestação de insetos seria inevitável. Nosso bando(não confundir com o bando de políticos que estão a saquear o país)  tem mais de cinco centenas  e compreende aves de todas as faixas etárias, até mesmo as que nasceram no último verão. Outros bandos são até maiores e cada um tem um local preferido de pouso.  Somos do grupo classificado como passeriformes, da família hirundinidae e segundo dizem, pesamos em torno de 18 g,  chegando  a alcançar a velocidade de 65 km/h quando estamos em rota de migração. Putz, nem nós sabíamos disso, mas é o que está escrito no dicionário wikipedia. Vivemos em torno de oito anos, mas muitas ultrapassam fácil esse limite de idade que nos foi imposto pela natureza. E, então já descobriu quem  somos? Charada fácil não é mesmo? Se você ainda não se deu conta da nossa importância, sugerimos contemplar hoje ao final da tarde o nosso revoar e o nosso bailado e observe-nos perfiladas e ordenadamente esculpindo uma onda, brincando ao vento e surfando nas asas do céu.  E, é  assim que levamos a vida para fazer a sua tarde mais encantadora. Pense nisso!!!

                                                        advogado tributário

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