A DIVIDA INTERNA E A BRAVATA DO GOVERNO
A DIVIDA INTERNA E A BRAVATA DO GOVERNO
José Carlos Buch
Dados recentes apontam que a dívida interna do Brasil está na casa de 1 trilhão e 500 bilhões de reais, ou seja, um número tão extenso de 15 dígitos que é praticamente impagável. É quase o equivalente ao PIB esperado para este ano que é de 1 trilhão e oitocentos bilhões de reais. Se, hipoteticamente fosse possível pagar toda a divida de imediato, esta consumiria 83% do PIB que é soma de tudo que o país produzirá neste ano. Cada brasileiro, embora não saiba, carrega uma dívida nas costas de quase R$8.000,00. Há 8 anos quando o atual governo assumiu o poder, essa dívida não chegava a oitocentos bilhões. No período da era Lula o endividamento praticamente dobrou, assim como os juros do serviço da dívida também subiram vertiginosamente, chegando ao patamar de R$150 bilhões ao ano. É isso mesmo, o serviço da dívida brasileira custa ao ano o equivalente a 2.500.000 casas populares de R$60 mil cada uma, confortáveis para 4 pessoas ou, ainda, o correspondente a 5.000.000 de carros populares, ao custo de R$30 mil cada veículo. Estranhavelmente nenhum veículo de imprensa, nenhum comentarista econômico e, nem mesmo os marketeiros do PSDB, exploraram esse abismo, verdadeiro saco sem fundo que suga e mina nossas reservas, levando o país a um cenário preocupante e bastante vulnerável. Por outro lado, o governo usa e abusa do surrado discurso de que o país pagou toda a sua dívida externa e, se dá ao luxo até de emprestar dinheiro ao FMI, esquecendo de dizer que com o dinheiro que não é seu, evidentemente. Seguramente, como em todo discurso político, a verdade nem sempre impera. Falta transparência e honestidade para dizer que a dívida somente trocou de bolso ou, simplesmente mudou de credor, nada mais! Enquanto nos EUA uma aplicação financeira rende 0,25% ao ano, aqui essa taxa ultrapassa 10%, pode? Essa bravata que deve perdurar até que a ficha não caia, rende dividendos ao estadista “Lula” que é tido e aclamado como um dos mais importantes lideres políticos do mundo, quando deveria ser “consagrado” não pelo que faz, mas sim pelo que paga(ao investidor e especulador), generosamente com o dinheiro do cidadão. Esse cenário faz lembrar o caso do Banco PanAmericano, cujos administradores conseguiram enganar empresas internacionais de auditoria, técnicos do Banco Central, analistas de mercado e principalmente o empresário Senor Abravanel que nas horas de diletantismo profissional se transforma no comunicador de TV Silvio Santos. A diferença é que no caso do PanAmericano o dono do negócio e o maior prejudicado, numa decisão incomum e digna de admiração, ofereceu como garantia todo o seu patrimônio, inclusive pessoal, conquistado com a venda de milhões e milhões de carnets do Baú da Felicidade e telesena, ao longo de mais de meio século. No caso da divida interna brasileira, a conversa é outra — ganha um pirulito de circo e um drops Dulcora aquele que conseguir apontar quem pagará a conta –.
advogado tributário
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