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A HISTÓRIA DA TRAMONTINA


  8 de abril de 2020

A HISTÓRIA DA TRAMONTINA

                                                                                   José Carlos Buch

Em 1911, Valentin Tramontina, nascido em Santa Bárbara e filho de imigrantes italianos,  chegou à localidade que viria a se tornar Carlos Barbosa. Em 1932, ele deu início ao  seu próprio negócio –  uma cutelaria especializada em canivetes que funcionava num pequeno porão alugado. Diz uma lenda que Valentin era analfabeto e chegou a ser porteiro de um prostíbulo que existia na cidade, embora não haja nenhum registro nesse sentido. Após o serviço militar obrigatório, retomou às suas atividades e mudou sua oficina  para um galpão maior, casando-se em seguida   com Elisa De Cecco. Em 1939, Valentin falece aos 46 anos de idade e  sua mulher assumiu os negócios.  Em 1949, a viúva  Tramontina passou a dividir o poder da companhia com Ruy Scomazzon, dando início a produção manufatureira. Na década seguinte o empreendimento já contava com cerca de 30 empregados, além de representantes por todo o Estado. A fabricação de canivetes conferia à empresa grande parte do faturamento, mas com o passar do tempo, o investimento em inovações tecnológicas deu lugar a produção de laminadores, marteletes e diversas máquinas que facilitavam a produção em série. O negócio cresceu ainda mais nas décadas de 60 e 70, aumentando o quadro de funcionários, e inaugurando filiais da empresa nas cidades de  Garibaldi, Farroupilha, e ainda, na Bahia. No final dos anos 60, a organização já contava com 557 colaboradores, sendo que hoje esse número chega a 7.000 pessoas. Com mais de cem anos de história, a Tramontina, hoje presidida pelo empresário Clovis Tramontina,  neto de Valentim, formado em Direito e em Administração de Empresas,  representa a terceira geração dos Tramontina. Ele assumiu o conselho da companhia em 1992, no lugar de seu pai, Ivo Tramontina, sendo que a vice-presidência do conselho está nas mãos de Eduardo Scomazzon, filho de Ruy. A Tramontina possui 10 fábricas no país e 11 unidades internacionais que produzem mais de 18 mil itens para diferentes segmentos, que podem ser encontrados em residências de 118 países para os quais a companhia exporta,  mantendo vivo o legado de seu fundador,  com vendas de R$ 2,5 bilhões. A lista diversificada de produtos em seu portfólio, vai de móveis de plástico e madeira para jardim e piscina até cubas de inox para pias, aspiradores de pó e “cooktops”. A cada dia, saem das linhas de produção da companhia 200 mil facas, 85 mil panelas antiaderentes e 12 mil panelas de inox, para citar alguns exemplos. A empresa é uma das poucas do setor que ainda fabrica talheres no país.  – “A Tramontina só importa matéria-prima. A transformação é toda feita aqui”, conta Todson Marcelo Andrade, presidente da Câmara Municipal de Carlos Barbosa, cidade gaúcha que abriga quatro fábricas da empresa. E acrescenta –  “Eles fabricam 70% das cubas vendidas no mercado nacional. No ano passado, foram mais de 400 mil cubas que saíram da unidade, que tem 200 funcionários”. Carlos Barbosa,  no Rio Grande do Sul, que se tornou independente de Farroupilha, em 1959,  onde fica a sede da empresa, segundo dados do IBGE de 2019, possui 29.833 habitantes e destes 50,9% trabalham, com um ganho médio mensal de 3.2 salários.  A companhia tem quatro de dez fábricas na cidade, onde emprega cerca de 50% dos seus 6 mil funcionários.  João Paulo Dall´Oglio, secretário do Planejamento do município, estima que a companhia seja responsável por cerca de 70% da economia do município. –  “A Tramontina é uma das grandes empresas da região de Caxias do Sul”, afirma Odacir Conte, diretor-executivo do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (SIMECS). Ele conta que ela integra um seleto grupo de companhias locais internacionalmente conhecidas, como a fabricante de ônibus Marcopolo ou a produtora de implementos agrícolas Randon.  A companhia tem 11 unidades no exterior, sendo duas nos Estados Unidos, mas não há produção internacional. Em uma recente entrevista ao diário gaúcho “Zero Hora”, Clovis disse que sua “visão” está mais orientada para a África do que para a China, indicando futuros planos de investimento. “O continente africano tem 800 milhões de habitantes e está a seis, sete horas do Brasil. Pode ser uma grande oportunidade para colocar uma unidade produtiva”, afirmou. No texto do jornal barbosense, Clovis reforça o estilo familiar de administração do grupo. Afirma que, pela sua vontade, seus filhos também devem vir a integrar os quadros da companhia. – “Eu gostaria que meus filhos trabalhassem aqui. Estou preparando eles. A Elisa fez design e presta serviços à Tramontina. Os guris estão no exterior estudando, mas já sabem que, se vierem para cá, terão de ter dedicação e estarem preparados para isso” –, afirmou o empresário, em referência aos filhos Marcos e Ricardo. Na mega  loja da empresa em Carlos Barbosa, que lembra um shopping,  com amplo estacionamento para ônibus e veículos no térreo, é possível comprar qualquer um dos mais de 18 mil itens fabricados e,  se tiver sorte encontrar  o presidente Clóvis que diariamente aparece por lá. E,  tudo começou num pequeno porão onde o fundador Valentim fabricava facas e canivetes artesanais. Fonte: https://economia.ig.com.br/empresas/industria/de-pequena-oficina-a-grupo-bilionario/n1596992582680.html;  https://www. ignicaodigital.com. br/a-historia-do-dono-da-tramontina/;

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