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A MENTIRA E A CRISE


  18 de abril de 2015

A MENTIRA E A CRISE

                                                                  José Carlos Buch

Diz o ditado que mentira tem perna curta e consequências longas. Você certamente acreditou ano atrás  que tínhamos abundância de energia e,  portanto,  a conta poderia ser reduzida em 20%. Você também acreditou em muitas promessas de campanha do governo que, para se manter no poder(maldito poder!), camuflou a real situação do país e mascarou os números negativos,  num verdadeiro passa moleque, pra não dizer, estelionato eleitoral. Esse raio X, cujo filme foi finalmente revelado, enseja um  diagnóstico preocupante exigindo um  remédio amargo vai deixar sequelas e, o que é pior, vai  levar à bancarrota  um número assustador de  empresas, ceifando empregos  e deixando na rua da amargura milhares trabalhadores. E tudo isso porque 54,5 milhões de brasileiros(30 milhões só do bolsa família),  outorgaram uma procuração em branco para a presidenta agir em nome de cada um,  como timoneira na condução dessa embarcação,  que escondia um casco frágil e cheio de furos,  chamada Brasil. Nunca as mentiras de campanha ensejaram tanto estrago e tamanha desesperança. De fato, políticos, com raríssimas exceções,  mentem e  muitos vendem a própria mãe(mas nunca entregam, notadamente se forem “brimos”) para se reelegerem, mas nunca “na história desse país” as mentiras foram tão rapidamente desvendadas. A energia que foi a primeira mentira, não só não era abundante como o país corre sérios riscos de apagões por conta da estiagem. Em decorrência disso,  o consumidor brasileiro está pagando uma conta salgada com valores que se elevaram em mais de 80% em algumas regiões. Os índices de desemprego começam a revelar números preocupantes. O aumento exacerbado dos juros e a crise de confiança instalada derrubaram as vendas no varejo em até 50%. E, sem vendas,  o pequeno empresário tem três caminhos – demitir gente(é o que já está acontecendo); passar o negócio pra frente(quase impossível diante de poucos ou nenhum interessado) e, por final, fazer uma liquidação do estoque e  fechar as portas. Neste caso, tendo que suportar divida que certamente vai remanescer e dificilmente será paga. Nunca na história republicana, as mentiras  de um governante provocaram tanta incerteza em relação ao futuro, principalmente nas classes B, C e D,    como a vivenciada nos dias atuais, lembrando que os votos que reelegeram a presidenta, em sua quase totalidade,  vieram das classes C e D. Os únicos que desfrutam de segurança neste país, além dos ricos,  é claro,  são os servidores públicos que, além de todos os benefícios inerentes – quinquênio, licença prêmio, folga em ponto facultativo e outros mais -, tem assegurado os seus vencimentos pagos religiosamente em dia e a certeza de aposentadoria integral. Quem investiu na Bolsa, perdeu muito e,  se adquiriu ações da Petrobrás, seguramente a perda foi muito maior; quem investiu em imóveis, dependendo do imóvel,  hoje o compraria com  redução de  30% do valor; o programa “minha casa, minha vida” que absorve massa significativa de trabalhadores,  não qualificados e semi qualificados,  está vazando água com os sucessivos atrasos de pagamento por parte do governo federal; por conta disso muitas empresas construtoras estão com dificuldades financeiras e demitindo; o mercado de automóveis teve uma queda vertiginosa de vendas e, em consequência redução na produção,  arrastando consigo demissões em cadeia e  problemas sociais decorrentes; alunos que se inscreveram no FIES não estão recebendo o dinheiro do financiamento e, muitos impedidos de frequentar as aulas; no sentido inverso o dólar, depois de quase uma década elevou-se rapidamente comprometendo seriamente empresas que fizeram empréstimos nessa moeda. Alia-se a todo esse quadro a instabilidade politica institucionalizada por conta de envolvimento dos partidos que dão sustentação à presidente (PT à frente), com escândalos e prisão de lideres envolvidos na operação “Lava Jato”. De outra banda, a inflação que se dizia controlada, tem perspectiva de ultrapassar a casa de 8% neste ano e,  quem mais sofre com isso, como em outros tempos,  é a classe pobre. O pior de tudo isso é que, segundo os analistas,  a crise mal começou. Então vai aqui uma receita para tempos de crise – se você tem dinheiro espere um pouco mais que seguramente vão surgir bons negócios(de ocasião, é claro!); agora se você está com dívidas, renegocie-as ou  desfaça-se de bens e evite se transformem numa bola de neve; se você está pensando em trocar de carro adie esse sonho e  só o faça se tiver necessidade mesmo, pois se a situação se agravar, como tudo indica,  os descontos e facilidades tendem a ser maiores; compras no crediário, nem pensar, por mais sedutora que sejam as ofertas das “Casas Bahia”;  finalmente,  se você é empresário aperte o cinto,  tente sobreviver e lembre-se o que disse Nizan Guanaes: “ As grandes invenções foram criadas em momento de guerras; foi o frio que inventou o fogo; a distância que inventou a roda; é o problema que cria a grande solução.”   Muitos saberão tirar proveito da crise. Seja você um deles.

                                                        advogado tributário

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