José Carlos Buch

Segundo a enciclopédia Wikipédia, a semente de mostarda é muito pequena, têm cerca de 2 mm de diâmetro e cores que vão do branco amarelado ao preto. São especiarias importantes presentes em muitas cozinhas regionais. São obtidas de três plantas diferentes: mostarda-preta, mostarda-castanha e mostarda-branca. A mesma enciclopédia ensina que:  “No Alcorão, Deus diz que as balanças da justiça serão usadas no Dia do Juízo, e nenhuma alma sofrerá a menor injustiça. Até o equivalente a uma semente de mostarda será contabilizado, pois Deus é o mais eficiente dos contadores. Textos judaicos comparam o universo conhecido ao tamanho de uma semente de mostarda para demonstrar a insignificância do mundo e para ensinar a humildade. Jesus comparou o Reino dos Céus ao ‘grão de mostarda que um homem (…) semeou no seu campo; o qual é realmente a menor de todas as sementes; mas, crescendo, é a maior das plantas e faz-se uma árvore’.   Disse também que se o homem tiver fé como um grão de mostarda, moveria montanhas. Essa é uma das menores parábolas de Jesus e é relatada com pequenas e sutis diferenças  em Lucas 17:5-6, Mateus 17:31-32 e Marcos 4:30-32.”  E, o que a semente de mostarda tem a ver com os nossos dias atuais?  Muito ou simplesmente nada, dependendo da visão de cada um. No mundo em que o “ter” passou a ser mais interessante e mais valorizado do que o “ser”, a semente de mostarda, além dos  ensinamentos religiosos,  revela que,   para se tornar importante aos olhos do mundo, não é preciso ser ou nascer grande. No universo das pequenas coisas, dos pequenos gestos, dos singelos sinais e das diminutas atitudes, repousam,  por vezes, preciosos ensinamentos e feitos extraordinários que mudaram o rumo da humanidade. Não por acaso, Neil Armstrong, o primeiro homem a pisar na lua, em 20 de julho de 1969, cunhou a célebre frase, que sintetiza bem isso. –   “Um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade.” No marketing,  um sinal identifica uma marca mundial, veja o exemplo da logo da Nike; no campo esportivo, Pelé, apesar de ter pendurado a chuteira há 44 anos, é ainda mundialmente conhecido e respeitado; na música o nome Beatles tornou-se universal; a maçã faltando um naco leva a identificação da Apple; nos relacionamentos, um sorriso abre portas e a paciência e a tolerância ensinam muito;   no cristianismo o símbolo da cruz diz tudo e mais recentemente o “x”  na palma da mão de um mulher simboliza pedido de socorro ou situação de perigo de agressão doméstica. São tantos os exemplos que seria impossível enumerá-los.  Pelo sim, pelo não,  é sempre bom  pensar grande, mas nunca esquecer que para se chegar a isso é preciso começar pequeno, tal como a semente de mostarda que, diminuta consegue ser a maior das leguminosas alcançando até 2,4 m de altura. Como escreveu Icaro Fonseca, “Cada um terá a vista da montanha que subir.” Então,  não tenha medo da altura. O contraponto da mostarda que é a menor das sementes é a jaca, considerada a maior fruta já conhecida, chegando a 80 quilos de peso e até 36 centímetros de comprimento e 20 polegadas de diâmetro. A diferença não é só  histórica, mas, sobretudo, a importância de uma e de outra na culinária.    

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