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A VIAGEM DOS QUE NUNCA SE FORAM (PARTE IV)


  13 de março de 2013

A VIAGEM DOS QUE NUNCA SE FORAM (PARTE IV)

                                                                 José Carlos Buch

(Este é um artigo de ficção que tem como único propósito enaltecer e homenagear pessoas que ajudaram a construir e a escrever a história da nossa cidade.  — Em memória dos nomes citados).

Por final, o último ônibus, também leito, cor de rosa e lindamente decorado, foi destinado às mulheres que, sendo casadas,  viajavam separadas de seus respectivos maridos. Carmy de Freitas(sra. Nair de Freitas) e  Helena Tricca(sra. Túllio Tricca),  cuidaram de organizar e coordenar o grupo. Nesse ônibus, o bar continha, além de água e refrigerante, espumante (brut e demi sec) e champagne francesa(um verdadeiro luxo). Até a condutora do veículo era uma mulher, cuidadosamente maquiada e de uniforme impecável, que fazia inveja aos comandantes das aeronaves da “Tam”, “Gool” e “Azul”,   o mesmo ocorrendo com o uniforme da rodomoça de meia idade que completava a tripulação. Integravam o grupo, além das organizadoras Carmy e Helena Tricca, Nilza Serafin(sra. Nito Serafim),  prof. Dinorah da Silveira Borges (sra. Anisio Borges), Geni Elias(sra. Miguel Elias), Ieda Barreto Hernandes (primeira professora do colunista, excelente educadora, sra. Pedrinho Hernandes e, após ficar viúva,  sra. Nasser), Esther Bittencourt(por muitos anos ficou  à frente da Casa Bittencourt que vendia ferragens, matriarca da família Bittencourt), Nenê Rangel(sra. Prof. Rangel, além de educadora, foi uma  voluntária que se dedicou por longos anos ao Hospital Padre Albino, inclusive cuidando de tuberculosos), Maria Mignone(muito católica, voluntária incansável de obras sociais), As irmãs Pires: Geni, Jandira, Ceres e Eliza, sempre elegantes(Casa Fátima), Adelaide Ganej(Dete) e sua sobrinha Laila Carlessi(Loja da Dete – armarinhos e fantasias), Julia Caparroz(sra. João Caparroz, integrante do Sagrado Coração, muito generosa), Anita Monteleone(sra. Pedro Monteleone, voluntária de inúmeras obras sociais),  Tuzinha Resende(sra. Dr. Rezende), Maria Helena Uchôa(sra. Geraldo Uchoa, sempre muito elegante e charmosa com o seu tradicional cabelo em tom avermelhado),  Dra. Isabel Etruri(médica), Sinharinha Neto(sra. Renato Bueno Neto, muito filantropa), as inseparáveis irmãs Mazzi, pioneiras em Catanduva no serviço de Buffet e confeitaria (Nair, Adelina e Ermelinda), Amália Prando(mãe do sr. Guido Prando e Alizira Prando Galli, dentre outros filhos), Ofélia Silva (sra. Iran Silva), Anita Curi(Nitinha – sra. Dr.Michel Curi), Maria Nechar(sra. Ary Rodrigues Alves, presidente incansável por muitos anos da creche Sinharinha Neto), Graciema Ramos da Silva(1º vereadora da cidade, inspetora de ensino muito querida pelos alunos), Lola Zancaner(fundadora e notável presidente por muitos anos do lar da criança do mesmo nome), Wanda Martins Duarte de Almeida(sr. Geraldo Marques de Almeida e mãe da  prof. Aurita e Dra. Ana Elisabete do Laboratório São Lucas. Filha única e  a primeira mulher paraquedista do Brasil, saltando com apenas 16 anos, no Campo de Marte, em 1940 e, a única mulher brevetada na primeira turma do Aeroclube de Catanduva em 18 de julho de 1942. Essa turma era composta por João Clemente, Euclides Pereira, Rafael Dias, Antonio Angelo, Waldemar Guanaes Pereira, Francisco Rui Nicolielo, Modesto Zamarrenho, Antonio Ângulo Dias, Sebastião Barbosa, Cristóvão Baggio e Paulo Junqueira. O instrutor era o aviador Avelino Falco e o presidente do Aeroclube Alberto Cardoso), Catarina Becker(sra. Theodoro Becker, matriarca da família), Maria Julien(sra. Jorge Julien, abnegada do antigo Lar “Anita Costa”, atual Recanto “Mons. Albino”), Juarina Pelegrino(cantora de voz suave e afinadíssima que se apresentava com o conjunto de cordas do Luizinho Canozo),  Olinda Amarfi Cremonini(sra. José Cremonini, sempre preocupada e dedicada às obras sociais) e suas filhas Maria Silvia e  Maria José  (Lelé, sra. José Ricardo da Costa), Irmã Ângela(fundadora da Creche N. S. da Ressureição, tida como modelo), irmã Norma(Colégio Nossa Senhora do Calvário), Professora Dora de Arruda Mendes(filha do prof. Virgilio de Arruda Mendes, excelente educadora do EEPG Otacílio de Oliveira Ramos). O grupo feminino iniciou a viagem com uma oração de agradecimento a Deus pelas irmãs do Colegião Angela e Norma,  pelo fato de estarem juntas e pela viagem inesquecível que fariam, sucedida da música “Oração pela família, impecavelmente interpretada na forma de “capela”(sem qualquer acompanhamento),  pela cantora Juarina Pelegrino que fez do grupo num verdadeiro coral. Após isso, Dona Helena Tricca informou que pelo fato das presentes terem  vivido em épocas diferentes,  sugeriu que uma a uma, iniciando-se pelo assento número um, fizesse uma breve apresentação de si mesma, dizendo o nome do marido, se casada, nome dos filhos e netos,  onde morou na cidade e o que fazia quando faleceu. Seguiu-se que a  rodomoça, sempre simpática e solícita,  começou a servir lanches,  salgados e bebidas. A maioria preferiu espumante e champagne e,  uma outra parte escolheu cerveja. O barulho, próprio de uma reunião de mulheres em que muitas falam ao mesmo tempo, tornou o ambiente inaudível, mas ao mesmo tempo alegre e festivo. A certa altura, teve início o bingo e, nenhuma deixou de participar. Convencionaram que o prêmio, além dos brindes oferecidos pela companhia de ônibus, consistia no valor correspondente a 60% do valor arrecadado, destinando-se os outros 40% para o caixinha da motorista e rodomoça. A cada pedra cantada, uma ou outra observação,  daquelas bem manjadas,  ao número sorteado, tipo: começou o jogo(1), nascimento de Cristo(25), idade de Cristo(33), olha a cabeleira do Zezé, será que ele é … (24), de qualquer jeito é…(69),  pingo no pé(9), dois patinhos na lagoa(22), machado(7),  sapatão do João(44), acabou o jogo(75), etc..  E, foi com esse espírito de alegria que o grupo chegou à Colônia de Férias,  em plena praia de Copacabana,  no Rio, cansadas mas  já  com a maquiagem retocada. A história da estada de todos os grupos na Colônia e o retorno à Catanduva, será contada em outra oportunidade. Seguramente as histórias serão muitas.   

(colaboraram com este artigo, a profª. aposentada Leny Cleide Ferraz de Campos Manzoni, Maria de Lourdes Serpa Dalto-Lurdinha,  presidente do Rotary Club Catanduva e Marisa Simão Armiato da ACE).       

                                                                 advogado tributário

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