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AMILTON, CORINTIANO E CONTADOR


  31 de maio de 2016

AMILTON, CORINTIANO E CONTADOR    

                                                                  José Carlos Buch

Estas são as palavras do Dr. José Braz Cotrim, médico chefe da UTI do hospital São Domingos, ao informar da morte cerebral de um paciente de 52 anos, verdadeiro atleta que, dois dias antes havia  tido um AVC hemorrágico   –  fatalidades não se explica! -. Conheci o Amilton José Aroni quando ele trabalhava na contabilidade do escritório da então Usina Nardini, que ocupava algumas salas do 11º andar do Edifício do Café, bem no centro da cidade. Depois ele se transferiu para a Usina Itajobi e cansado do ramo de usinas,  passou a integrar o time de profissionais da Indústria Val Alimentos em Vista Alegre do Alto. O fato de trabalhar fora da cidade não o permitia acompanhar o crescimento dos filhos gêmeos, nem tampouco dedicar-se aos exercícios físicos que tanto gostava.  Então,  a oportunidade de ser o contador da empresa de Alimentos Congelados Qualycon que acabava de nascer,  foi a harmonização  do útil ao agradável. Seu dia começava invariavelmente às seis horas da manhã com um mínimo de uma hora de exercícios físicos na academia do Clube de Tênis. Aos  sábados,  não podia  faltar as peladas e,  aos domingos,  pra relaxar,  um passeio de bike por trilhas,  em companhia do filho João Lucas. O corintiano antes do contador que ilustra o título é proposital, pois ele antes de abraçar a profissão, a qual exercia com muita competência e rara habilidade,  já era torcedor ferrenho do timão, cuja bandeira adornava parte da sua esquife. Formou-se também em Direito e, apesar de ter sido aprovado no concorrido exame da OAB, nunca quis exercer a profissão.  Amilton era um cara do bem e de aura singular,  tanto é fato que,  nas empresas por onde passou, mais do que o trabalho profissional sempre reconhecido, deixou amigos e exemplos de generosidade, amizade e fraternidade. Sua habilidade em lidar com tabelas em excel, documentos, registros contábeis e prestar informações eletrônicas  ao governo, que são muitas, repetitivas e só atormentam a vida dos cidadãos e empresas (DCTF, RAIS, DIRF, ECF/ANTIGA DIPJ, ECD/ESCRITURAÇÃO CONTABIL DIGITAL,  SPED/FISCAL/ICMS/IPI,  SPED/CONTRIBUIÇÃO/PIS/CO-FINS, PERD/COMP, etc.),   eram notáveis. Gostava de música de qualidade, principalmente internacionais e MPB dos anos sessenta e setenta e, é claro,  era amante do futebol. Nunca teve muita habilidade com a bola, mas nas peladas aos sábados era muito disputado como goleiro do time que queria se sair vencedor. Não teve tempo de envelhecer, mas viveu o suficiente para deixar um grande e enorme legado de exemplos que só os seres humanos diferenciados e extraordinários conseguem. Deixa o filho Amilton Júnior, a esposa Renata e o casal de filhos gêmeos  João Lucas e Raphaela. A família perde o seu esteio e timoneiro; a Qualycon deixa de contar com os serviços do seu qualificado, brilhante e eficiente contador; os amigos não mais poderão privar da sua agradável amizade e presença física e  a comunidade terá um cidadão exemplar a menos no seu seio. Conforta-nos a certeza que o céu ganha tudo isso e, em cujo plano,  a missão reservada ao Amilton de semear generosidade e harmonia,  seguramente terá continuidade.

                                                                  advogado tributário                                                                                  www.buchadvocacia.com.br                                                                   buch@buchadvocacia.com.br

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