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BONS TEMPOS AQUELES…(PARTE II)


  30 de maio de 2011

BONS TEMPOS AQUELES…(PARTE II)

                                                                 José Carlos Buch

Era o tempo em que o nosso carnaval, considerado o melhor do interior e  trazia multidão aos desfiles na  rua Brasil, onde a atração maior eram os calhambeques e jeeps fazendo manobras(que risco!!!) e acelerando forte causando barulho ensurdecedor. O comércio da mesma rua Brasil era dotado de lojas de tecidos desde as de alto padrão, tipo: “Principal Magazine”, do Francisco Almendros;  “A Graciosa”, que se incendiou na noite após a inauguração, ao se instalar em novo e moderno prédio;   “Loja do Povo”,  dos irmãos Nabi e Thomé Rahal;  “Casa Ramos” do José da Silva Ramos;  “Casa Duarte” do Antonio Martins Duarte,  até as mais populares, como a  “Casa Chic” do Alberto Abdo Francisco;  “Casas Pernambucanas”;  “Casas Buri”(fazia propaganda em porteiras de fazendas);  “Casa Nagle” e  “Casa Verde”, que existe até hoje na esquina da rua Pernambuco. A mesma rua contava ainda com “Casa Vacari”(artigos de couro) bem no começo da rua próxima à estação da EFA;     “Pérola Oriental” do Alfredo Simone(jóias e relógios);  “A Jóia” (jóias e artigos finos) e a  “Bienal” (eletrodomésticos) ambas  do Delcides Montes; “Casa Papel e Tinta”(papelaria, onde hoje é o Unibanco) de Arnaldo Facci;  “A Modelar” (calçados) dos irmãos Manfrin; “Eletro Tamoio” (eletrodomésticos) de Cláudio Rossini; “Casa Royal”(armarinhos e brinquedos) dos Irmãos Hamra;  “Casa Zola”(confecção e acessórios femininos) da própria Zola Dian;  “Casa das Linhas”(armarinhos, esquina com a rua Bahia) do Gilberto Batista; “Irmãs Mazzi”(buffet e doces, bem na baixada);  “Casa Progresso”(móveis e eletrodomésticos), do Julio da Cruz e Filhos, na esquina com a rua Recife;  Diacal(concessionária Volkswagen) do Rahil Calixto(progenitor do  Walter Calixto) e seu sócio Irany Mei, na esquina com a Rua Aracaju; Óticas “Catanduva” do Pedro Candido Além e “Ocular” dos sócios Jaddel Gonçalves Salgado e Acácio de Castro Filho, as duas primeiras da cidade e ainda em atividade há mais de 50 anos e, na Galeria de Franchi,  a “Lojas It”(magazine) e o “Supermercado Serv Lev”(um dos pioneiros do interior),  do então dinâmico Elizeu Mardegan. Fora desse circuito o Empório São Pedro(secos e molhados, tal como é hoje), que iniciou suas atividades em 1956, no prédio bem próximo da rua 7 de Setembro;  “Casa São Paulo”  (selaria e artigos de couro) do Manoel Munhoz, entre a rua Sta. Catarina e Rio Gde. do Sul;  “Casa Costa” (secos e molhados) de Manoel Rodrigues da Costa, que ficava na rua São Paulo, entre Espírito Santo e Rio Grande do Sul;  “Casa Bastos”(secos e molhados) do Élcio Bastos que ficava na mesma rua São Paulo, entre as ruas Rio Gde. do Sul e Santa Catarina;  “Casa Diogo”(ferragens e artigos para sítios e chácaras) na  Rua Rio de Janeiro; os atacadistas “Casa Elizeu Mardegan” e “Casa Matos”, no mesmo quarteirão da rua 7 de setembro, onde hoje, respectivamente, é a  “São Geraldo Tintas” e o “Posto Feitiço” e,  ainda,  a “Casa Dias Martins”, na rua Rio de Janeiro,  em frente à antiga rodoviária, atual Estação Cultura;  “Vidraçaria Bossolon”(rua Minas Gerais); Casa de materiais de construção, a maior da cidade,  do então proeminente Elias Nechar(que idealizou e liderou a construção do prédio do Club dos 300) e  que se achava instalada na rua 15 de Novembro, próxima à linha do trem; fábricas de refrigerantes “Nechar”,  do Pedro Nechar, na rua Sergipe  e “Devito”(que ainda hoje mantém a mesma fórmula),  do Pedro Devito,  que começou na rua 13 de Maio,  próxima  à  rua Aracaju e lá permaneceu até pouco tempo atrás;  “Empório Curitiba”,  do Antonio Candido Baptista,  que deu origem à rede de supermercados  e “Empório São Paulo” do Eduardo Tambor, concorrentes um do outro,  na rua Curitiba na Vila Mota e, finalmente, o  empório “Pretti” na rua Porto Alegre, no São Francisco, que existe até hoje. Seguramente,  muitas outras lojas e  estabelecimentos importantes que fizeram a história da cidade deixaram de ser citados. As omissões ficam por conta da falta de lembrança e limitação do espaço desta coluna. Era a época em que os miúdos de boi e de porco eram vendidos pelos “bucheiros” como eram conhecidos os condutores de  pequenos baús construídos sobre o chassis de  carroças e puxados por tração animal, baús também que eram utilizados pelos leiteiros  para entrega, ao amanhecer,  de porta em porta,  de leite in natura(normalmente batizado com água),  em garrafas bojudas e de boca larga de um litro, baús estes que eram, igualmente,  utilizados pelos padeiros que, em todas as manhãs, inclusive domingos e feriados,  percorriam as ruas da cidade entregando pão fresquinho. Era uma fase que não se falava em horário de verão e as pessoas tinham o hábito de sentar-se  na calçada para longos bate-papos,  esperando o sono chegar.  Mas era, também,  o tempo das gírias hoje sequer lembradas tais como:  “mais por fora que umbigo de vedete”; “uma brasa, mora?”(criada pelo Roberto Carlos); “não tem mosquito”(horroroso, mas muito usado na periferia), “sacou?”, “falou e disse!”, “curtição”, e tantas outras. Era o tempo em que para angariar fundos as turmas de formandos do Ginásio Catanduva e Barão do Rio Branco contratavam os cantores de maior sucesso na época,    que se apresentavam primeiro no cine Bandeirantes e,  logo em seguida,  no baile que rolava no Clube de Tênis, dentre eles, “Os Incriveis”,  Paulo Sérgio(última canção), Roberto Carlos(quero que vá tudo pro inferno) que, quase apanhou na cidade,  e Moacir Franco(no auge com a música “Querida”). Era o tempo em que o passatempo de final de semana era curtir um cinema e, para  os poucos privilegiados passear de carro(Fusca, Gordine/Dalphine,  DKW, Sinca Chambord, os veículos da Willys Jeep, Aero e Rural, etc),  subindo a rua  Maranhão e descendo a Brasil.  Era um tempo em que o tempo demorava a passar e a vida, com quase nenhum atropelo,  era melhor vivida. Quem viveu essa época pode se dar por feliz, pois, o sonho dourado hoje só existe na lembrança, na música de Tom Jobim  e no remake da novela.

                                                      advogado tributário

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