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CARNAVAL DAS ANTIGAS


  11 de fevereiro de 2015

CARNAVAL DAS ANTIGAS

                                                                 José Carlos Buch

Em fevereiro de 2012, publicamos “CARNAVAL QUE UM DIA  FOI (O) MELHOR” e que,  poderá ser lido no site abaixo ou no site de “O Regional”. Naquela oportunidade, foi retratado um pouco de como essa festa acontecia na cidade; os locais em que rolavam os bailes; desfiles; a movimentação de botecos e restaurantes e,  principalmente os personagens que mais se destacavam na rua e no Clube de Tênis. É claro que os tempos são outros e o interesse comercial tomou conta dos espaços, dos locais onde ainda hoje rolam bailes e principalmente dos desfiles nos sambródamos,  que são vendidos, a peso de ouro,  para televisão transmitir com exclusividade e, logicamente veicular produto dos patrocinadores, leia-se marca de cerveja. O mundo hoje é tudo marketing, interesses comerciais, pra não dizer também da corrupção que permeia governos, empresas governamentais e empreiteiras. Porém, sempre tem um porém e, como nem tudo está perdido, ressurgem nas avenidas e bairros das grandes cidades, blocos descompromissados com esses execráveis interesses, e que reúnem um número cada vez maior de foliões, fantasiados ou não, revivendo o verdadeiro espírito do carnaval como o era em idos tempos. Nesses blocos não é preciso abadás, pagar pedágio nem consumir a cerveja exclusiva e,  tampouco,  se exige fantasia. Cada um vai como quer, levando a sua própria bebida ou adquirindo-a de ambulantes, extravasando sua alegria, participando da festa descontraidamente e sem medo de ser feliz. A trilha sonora prima pelas marchinhas antigas e mesmo modernas. Axé, pagode e outras porcarias que só fazem por agredir nossos ouvidos, não tem vez. Embora esse movimento que  cresce a cada ano, ainda esteja limitado às principais capitais do país, tende a se irradiar e,  logo-logo,  surgirão blocos em médias e até pequenas cidades. É o verdadeiro carnaval desafiando o anticarnaval ou carnaval midiático que virou um business e que é capaz de encher a burra de alguns muitos interessados, principalmente TV Globo. Quem vivenciou o carnaval em Catanduva até meados da década de oitenta, tendo a Rua Brasil como passarela do samba, seguramente sente uma ponta de nostalgia e busca uma explicação para o fato da cidade perder o título de “melhor carnaval do interior”, lembrando que era o único evento capaz de produzir riquezas atraindo  milhares de  turistas. Neste ano o poder público cancelou a realização do carnaval, por conta da epidemia da dengue. Há quem diga que a dengue foi apenas um pretexto e,  a não realização da festa decorre da absoluta falta de dinheiro. Seja lá como for, melhor assim,  pois, quem sabe ano que vem,  ressurjam blocos animados, como antigamente desfilavam pela Rua Brasil,  outrora passarela do samba,  e arrastando milhares de pessoas para o centro da cidade. Se isso acontecer, a festa tende a ser o que foi na sua origem, isto é, uma festa popular que brota do povo e, não de qualquer órgão governamental que, quando mete o bico só a faz micar. Como diz a linda canção no estilo marcha rancho de Paulo Soledade, gravada por Helena de Lima, no ano de 1961 e, talvez o maior sucesso da cantora. — “Vê, estão voltando as flores; Vê, nessa manhã tão linda; Vê, como é bonita a vida; Vê, há esperança ainda. – Vê, as nuvens vão passando; Vê, um novo céu se abrindo; Vê, o sol iluminando. – Por onde nós vamos indo; Por onde nós vamos indo” –. Que venham os blocos e xô dengue!                         

Este artigo é dedicado à Maria de Lourdes Lima Fávero – Lurdinha Fávero – que levou os Rotarianos e esposas,  do Rotary Norte,  a uma viagem fascinante e nostálgica aos carnavais do passado  e inspirou este artigo. Lurdinha foi uma das mais brilhantes e talentosas colunistas sociais da cidade,  tendo iniciado este oficio em 1971 e encerrado em 2013.          

                                                                 advogado tributário

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