Telefone:
(17) 3522-1198
Endereço:
Rua Ceará, 341 - Catanduva-SP

CENAS DE UM HOSPITAL


  20 de março de 2015

CENAS DE UM HOSPITAL

                                                                 José Carlos Buch

No último dia seis de março, a AEC-Associação de Apoio ao Hospital “Emílio Carlos” fez a entrega oficial da obra da ala C2 Par(masculina) à Fundação Padre Albino. Os que lá estiveram puderem ficar deslumbrados com o trabalho executado. O espaço com quase 600 metros quadrados deixou de ser um local quase inóspito,  para ceder lugar ao que há de mais moderno em termos de instalações hospitalares. A obra foi realizada em seis meses, fielmente dentro do cronograma de execução e,  com o que há de melhor em termos de construção civil e equipamentos,  a um custo de dar inveja e sem necessidade aditamento do contrato que, é muito comum em obras públicas.  Visitar o local, além de fazer bem pra alma, vai permitir traçar comparação com a ala C2 Impar que  fica bem  em frente e  abriga pacientes do sexo feminino, cujas condições precárias e lamentáveis, lembram em muito a ala C2 Par antes da reforma. E, foi na ala C2 Impar que uma cena marcou profundamente quem a visitou. Num dos quartos,  uma criança com idade não superior a dez anos, trajando vestido de chita e de tez subjacente que sinalizava não estar bem, dormia  encolhida, um sono profundo, sem se incomodar com o movimento do hospital e com a concentração de quase uma centena de pessoas conversando, no hall  próximo ao seu leito. Ao seu lado, próximo ao seu corpinho frágil e debilitado, uma boneca de pano, bastante surrada e esmaecida, completava aquele cenário triste e desolador. Difícil saber o que era mais inquietante – a paciente ou a sua pobre e surrada boneca? Seguramente,  ambas precisavam de cuidados, mas,   poucos dos que ali se encontravam  se deram conta deste cenário. É  preciso lembrar que foi um quadro como este que ensejou na fundação da AEC e, consequentemente na execução do projeto da ala C2 Par por ela abraçado. E, quantas crianças pobres estariam internadas em outros quartos ala adentro, agarradas ou não em suas bonecas não menos pobres? De todo o modo, conhecer as duas realidades permite entender porque um grupo pequeno de pessoas, não mais do que quinze,  uniram forças para proporcionar conforto e dar dignidade aos pacientes do único hospital 100% SUS da cidade. Quem sabe, a tarefa até aqui executada que, embora tenha o sabor da missão cumprida, seja apenas a metade desta mesma missão? Quem sabe…                         

                                                                 advogado tributário

www.buchadvocacia.com.br  

buch@buchadvocacia.com.br

Top