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(CLAUDIO)MAR DE SAUDADE


  28 de abril de 2011

(CLAUDIO)MAR  DE SAUDADE

                                                                 José Carlos Buch

Desculpe o espúrio e proposital  parênteses,  mas, foi a forma de conjugar o nome  com a dimensão da saudade de uma personalidade que marcou época na sociedade de nossa cidade e que,  se vivo estivesse,  completaria  72 anos no dia 21 de agosto. Ele que gostava tanto de conhecer pessoas e mundos e tinha pavor de viajar de automóvel, sequer imaginava que um dia seria vítima deste meio de transporte, perdendo  a vida prematuramente tal como se sucedeu no fatídico acidente do dia 13 de abril de 1987(véspera do aniversário da cidade),  na então Rodovia Washington Luiz(de pista simples), próximo ao trevo de Santa Adélia, quando  retornava de uma festa em Rio Claro, onde recebera o troféu “Oui de Ouro”. No acidente faleceram também a cronista social de Votuporanga Cláudia Leivana Camargo e o seu noivo e também condutor do veículo Edson Barbosa de Souza, de São José do Rio Preto. Sua imagem, trabalhos e exemplos seguramente permanecem vivos na memória daqueles que tiveram o privilégio de compartilhar da sua amizade, da sua sempre agradável companhia, do seu talento e dos seus ensinamentos, como foi o caso deste colunista. A partir deste acidente as autoridades se sensibilizaram e iniciaram o processo que culminou com a duplicação da rodovia, trecho Matão a Mirassol,  e que teve inicio 4 anos depois em 1991.   Dotado de um refinamento e polidez  de fazer inveja, costumava se deslocar sempre caminhando da sua casa localizada na rua Maranhão, bem no centro, próxima à Praça da República,  principalmente para as escolas onde lecionava  e locais de outros compromissos que, invariavelmente não iam além da região central da cidade. Gostava muito de usar calças e sapatos brancos, camisa estampada(muito avançada para à época) e estava sempre impecável, próprio daqueles que  cultuam a elegância e o bom gosto, sem contudo,  ser esnobe ou piegas. Sua participação era indispensável nos mais importantes eventos sociais da cidade. Escandido em tudo o que fazia, além de desfilar com uma fantasia deslumbrante, colaborou com a cronista  Lourdinha Favero na criação da  coreografia e fantasias, no ano de 1971,  da escola de samba do Clube de Tênis, considerada historicamente a mais bonita e glamorosa que um dia desfilou pela rua Brasil, então passarela do samba, chegando ao ponto de não mais poder concorrer em face à sua estonteante superioridade em relação às demais. As festas temáticas que promovia em sua casa ou Fazenda do amigo Mario Rodrigues eram imperdíveis, concorridas e disputadas pela sociedade catanduvense, algumas ainda hoje lembradas como inesquecíveis pelos mais saudosistas, como a Noite Mexicana, Noite Árabe e Noite Cigana, todas abrilhantadas pela internacional orquestra comandada pelo maestro Ed Costa, sobrinho da sra. Maria Julia, esposa do Mario. Era figura destacada na comissão carnavalesca que anualmente escolhia o rei e a rainha dos festejos de momo. Bem relacionado, recebia em sua casa,  com a fidalguia própria dos  verdadeiros anfitriões,  amigos carnavalescos que se destacavam nos desfiles das concorridas fantasias no Hotel Glória do Rio de Janeiro, além de muitos outros artistas. Foi colunista do jornal “Opinião” e “O Regional” e Diretor do Depto. Municipal de Educação e Cultura na primeira gestão do Prefeito Warley Agudo Romão(1977/83).  Artista plástico, era amante de música clássica e erudita e, também,  musico, formado em violino pelo Conservatório Santa Cecília, da Professora Írides.  Anualmente, fazia questão de  participar do festival de inverno de Campos de Jordão e tantos outros eventuais culturais. Descendente de portugueses adorava visitar “Cinco Vilas” pequena aldeia onde nasceram seus pais, que fica, quase na divisa com a Espanha,  no concelho(com “c” mesmo) de Figueira de Castelo Rodrigo, com 17,60 km² de área e apenas 103 habitantes, segundo dados de 2001. Educador afável, lecionava artes e  passou por várias escolas desde o  Barão do Rio Branco, Prof. “Santos Aguiar”, Escola “Octacílio de Oliveira Ramos”,  Ginásio “Nicola Mastrocola”; Colégio N. Sra. do Calvário,  ESEFIC e FAFICA(curso de pedagogia) e fazia parte do corpo  docente da escola Prof. “José D´Oliveira Barreto”,  quando  faleceu naquele cinéreo e triste dia 13 de abril, uma segunda feira de final de verão do ano de 1987. Diferente de muitos que construíram a cidade e fazem parte da sua história mas, sequer são lembrados,  o professor Claudiomar Couto, felizmente,  tem o seu nome eternizado na escola municipal “CAIC” no Solo Sagrado I, onde quase nove centenas de  alunos devem se orgulhar em  estudar na escola que presta homenagem a um educador que transbordava cultura, bom gosto e refinamento. Como diz o ensinamento:  “O destino une e separa as pessoas, mas, nenhuma força é tão grande para fazer esquecer pessoas, que por algum motivo um dia nos fizeram felizes”(do livro mediúnico Analei – Waldir Fragatte).

(Esta singela homenagem somente foi possível graças à colaboração do prof. Carlos Roberto Favaro, prof. Sérgio Luiz Bolinelli  e Vera Couto)

                                                      advogado tributário

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