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DÉBEIS E DECIBÉIS


  31 de dezembro de 1969

DÉBEIS E DECIBÉIS                                                                                                                                                                             José Carlos Buch 

Nesta época de final de ano, assim como nos dias que antecedem outras datas comercialmente importantes e, ainda no período de campanhas políticas, os moradores do centro da cidade convivem com o que há de mais abominável e inaceitável em termos de poluição sonora. Nossa cidade, nesse aspecto, faz lembrar uma corruptela do interior desprovida de qualquer outro meio mais inteligente de comunicação e principalmente de poderes constituídos. Não bastassem esses veículos, muitos deles verdadeiras sucatas ambulantes  trafegando vagarosamente, congestionando ainda mais o caótico trânsito da região central da cidade, o som que deles emanam é um verdadeiro acinte à membrana timpânica de qualquer cidadão. A diferença desse rudimentar meio de comunicação da tradicional mídia eletrônica está plasmada no sagrado direito de opção focado em um simples e  pequeno botão. Sim, porque tanto na televisão como no rádio, se determinando programa ou anúncio lhe incomoda ou não lhe interessa, basta acionar o botão e você terá mudado de canal ou de prefixo. Já com o serviço de som, se é que assim pode ser chamado, o cidadão não tem essa opção posto que é obrigado a tolerar a mesma e repetitiva mensagem anunciando determinada loja ou vendendo a imagem de determinado candidato, num volume que invariavelmente vai além dos 90 decibéis admitidos pela Organização Mundial de Saúde e permitidos na legislação. De todo o modo, como as autoridades constituídas fazem ouvidos moucos a esse festival de poluição sonora, use você o seu direito de execrar esses anunciantes. Como? Simplesmente não prestigiando esses estabelecimentos e candidatos que assim agem. Lembre-se que você, enquanto consumidor, tem o direito de escolher o que melhor lhe convêm e mais, nesse caso, você tem a caneta que preenche o cheque e assina a fatura do cartão do crédito, além da grana que eles esperam fazer tilintar suas caixas registradoras. E, se quiser ir mais além já que eles pensam que somos débeis,  seja irônico ao passar na porta desses estabelecimentos e mesmo próximo do veículo poluidor, dando uma banana aos seus responsáveis. Isso mesmo, uma banana, lembrando aquele gesto muito usado em nossa infância que consiste em dobrar um dos braços no sentido do ombro e o outro na horizontal sobre o peito. Assim, certamente você estará demonstrando o seu repúdio a esses incautos e poucos criativos agentes poluidores sonoros e fazendo-os buscar outros meios mais inteligentes de comunicação para vender o seu peixe.         

advogado tributário

www.buchadvocacia.com.br                                       colaborador do Notícia da Manhã

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