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DISCURSOS E ENSINAMENTOS


  15 de julho de 2014

DISCURSOS E ENSINAMENTOS

                                                                           José Carlos Buch

Muitos governantes passam para a história pelo legado que eternizaram suas realizações, sendo lembrados como heróis ou até mesmo lendários. Outros, buscamos esquecer pelas mazelas que deixaram marcas profundas na humanidade. Uma das características que eterniza o bom governante é a extensão dos seus escritos e discursos, inclusive o de despedida quando deixa o governo. Via de regra, quanto mais extensos, menos serão  lembrados e,  nesse time são titulares absolutos os ditadores, os déspotas, os hipócritas e os corruptos que jamais fazem discurso de despedida, pois são depostos ou assassinados. Esse artigo pretende homenagear governantes notáveis e seus discursos que, além de lições de vida, falam por si só:  Presidente Juscelino Kubitschek – discurso de despedida em 1961:  “Ao aproximar-se o término do meu mandato, venho manifestar-lhe, de modo especial, o meu reconhecimento pelo seu patriótico apoio à luta que travei para conduzir a pleno êxito a causa do desenvolvimento nacional. Sinto-me satisfeito em poder proclamar que na presidência da república não faltei a um só compromisso que assumi como candidato. Mercê de Deus,  em muitos setores realizei além do que prometi,  fazendo o Brasil avançar, pelo menos cinquenta anos de progresso em cinco anos de governo. Pude ainda através da operação Pan-Americana, despertar as esperanças e energias dos povos americanos para o objetivo comum de combater ao sub- desenvolvimento. E todo esse esforço culminou no cumprimento da meta democrática, quando o nosso país apresentou ao mundo um admirável espetáculo de educação política, que me permite encerrar o mandato num clima de paz, de ordem de prosperidade e de respeito a todos as prerrogativas constitucionais. Sejam quais forem os rumos da minha vida pública, levarei comigo,  ao deixar o honroso posto que me confiou a vontade popular, o firme propósito de continuar servindo ao Brasil, com a mesma fé, o mesmo entusiasmo e a mesma confiança nos seus altos destinos. Juscelino Kubitschek – Brasília – 1961.” Abraham Lincoln – carta enviada ao professor do seu filho em 1859: “Caro professor, ele(meu filho) terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, para cada egoísta, há um líder dedicado. Ensine-o, por favor, que para cada inimigo haverá também um amigo. E ensine-o que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada. Ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória. Afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso. Faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales. Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa. Ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos. Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros. Ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram. Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho. Ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram. Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão. Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço. Deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso. Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens. Eu sei que estou a pedir muito, mas veja o que pode fazer, caro professor.”  Fernando Henrique Cardoso, em 24/12/2002, fez um pronunciamento em Buritís(MG), 170 km de Brasília, que pode  ser considerado o seu discurso de despedida. “O dever cumprido, sim. Quanto aos objetivos alcançados, isso é variável porque o presidente não consegue o que quer, não depende da vontade dele, depende das circunstâncias. O seu desejo e a sua vontade dependem também que os outros o ajudem, participem e queiram e aí [o presidente] avança mais ou avança menos. Pode-se, num espaço de 48 horas, desfazer tudo o que se fez durante anos e empobrecer o povo. Hoje, talvez as pessoas não recordem mais como foi difícil fazer e fizemos.  Não botei ninguém na cadeia, não persegui ninguém, não distorci nada para adquirir interesses próprios. Meus familiares tiveram uma vida absolutamente discreta, não mudaram o modo de viver, então eu acho que governei com satisfação e sem ter razões para ter rancores, nem mágoas, nem coisa alguma. Eu acho que é uma sensação bastante boa, feliz. Eu não perdi meu tempo. Fiz o que devia fazer, me empenhei, fiz com alegria e, enfim, estou satisfeito. Quando se quer mudar um país, não é um ato é um processo, então, tem que estar no dia-a-dia, tem dia que você avança, tem dia que você não consegue, tem dia que você recua. O que importa é a persistência. Existe sempre a sensação equivocada de que a vontade do presidente é lei. Não é bem assim. É um processo e eu trabalhei muito nesse processo. Estou disposto a ajudar no debate público das questões de interesse nacional e global. E para isso continuarei escrevendo meus livros”. Por final, embora não governante, o discurso de despedida do presidente da Coca-Cola, merece destaque pela sua profundidade: Bryan G. Dyson, Argentino, CEO da Coca-Cola Enterprises  Inc,   deixou a presidência para se aposentar em 1991, na qual trabalhou 35 anos,  fez um discurso curto mas profundo.  “Imagine que a vida é um jogo no qual você está a fazer malabarismo com cinco bolas no ar. As bolas são: o seu Trabalho, a sua Família, a sua Saúde, os seus Amigos e sua Vida Espiritual, e o objetivo é mantê-las todas no ar. Cedo consegue perceber que o Trabalho é como uma bola de borracha. Se a deixar cair, ela rebate e volta. Mas as outras quatro bolas: Família, Saúde, Amigos e Espírito, são frágeis como o vidro. Se você deixar cair qualquer uma destas, ela ficará irremediavelmente lascada, marcada, com arranhões, ou mesmo partida, ou seja, nunca mais será a mesma. Deve perceber isto: tem que apreciar e esforçar-se para conseguir cuidar do mais valioso. Trabalhe eficientemente no horário regular da empresa e deixe o trabalho na hora certa. Gaste o tempo requerido à sua família e aos seus amigos. Faça exercício, coma e descanse adequadamente. E,  sobretudo… Cresça na sua vida interior, no espiritual, que é o mais transcendental, porque é eterno. Shakespeare dizia: «Sempre me sinto feliz, sabes por quê? Porque não espero nada de ninguém. Esperar sempre dói. Os problemas não são eternos, têm sempre solução. O único que não se resolve é a morte. A vida é curta, por isso, ame-a!» Viva intensamente e recorde: Antes de falar… Escute! Antes de escrever… Pense! Antes de criticar… Examine! Antes de ferir… Sente! Antes de orar… Perdoe! Antes de gastar… Ganhe! Antes de se render… Tente de novo! ANTES DE MORRER… VIVA!”  Diante de tantos ensinamentos, qualquer outra colocação se faz desnecessária, mas oportuno o escrito do Padre Gustavo Fruet(PR): “Sermões ou discursos têm de ser como minissaia: curtos, justos e provocantes. Caso contrário, nos primeiros dez minutos, você fala para os fiéis. Nos seguintes, para os bancos da igreja. No final, fala para o diabo, pois todos já estão mandando você para o inferno.”  

                                                                 advogado tributário

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