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DR. ANTONIO – MAIS DO QUE AMIGO


  20 de janeiro de 2023

                                                                                  José Carlos Buch

Pressentindo que o avô estava de partida, seu neto Antônio Eduardo Gregorin Ruette, em brilhante artigo publicado no último domingo, escreveu: – “Intelecto que não cabia no jaleco de um professor provinciano. Ambição que não cabia na cadeira de vereador. Amor que não cabia no papel de marido.” De fato,  o Dr. Antonio era tudo isso, mas também era um amigo que transcendia o sentido superlativo desse vocábulo.  A partida é sempre um momento de reflexão, comoção, solidariedade e de profunda tristeza, principalmente na civilização cristã, mas também pode ser uma oportunidade de render homenagens. Pessoalmente, como um dos seus amigos, escolhi  reverenciar a sua memória, embora saiba que não é tarefa fácil. Dr. Antonio era um gentleman, fidalgo, generoso, altruísta, cortês, culto, politizado,  sábio e dotado de um carisma fascinante. No seu velório, algumas pessoas vieram me dizer que ele gostava muito de mim e eu lhes respondia: –  “não mais do que eu dele”! Em verdade, uma amizade de mais de três décadas que se consolidava a cada encontro e a cada telefonema. Enquanto pôde,  era presença inarredável no meu escritório em praticamente todas as manhãs de sábados para saborear uma fatia de  bolo de fubá e o cappuccino da Celinha. Um café permeado de  longas conversas sobre tudo, principalmente politica e coisas da nossa cidade à qual ele abraçou e por ela foi abraçado,  escolhendo-a para viver até o último dos seus dias. Era uma amizade sincera e desinteressada, mas de cumplicidade e de confidências. Em meus problemas(que não foram muitos!), sempre foi presença marcante e,  não raras vezes, com a sua sabedoria e relacionamento, determinante na solução. Amante dos livros(possuidor de rica e eclética biblioteca), compartilhávamos leitura de biografias e outros lançamentos de autores contemporâneos. Ouso dizer que, quem o conheceu, se encantou com a sua sabedoria e  simpatia; quem não o conheceu, não sabe do que foi privado; quem com ele conviveu,  pôde conhecer suas qualidades,   sua sabedoria e  generosidade; quem desfrutou de sua amizade soube do seu entusiasmo, solidariedade, disponibilidade e da sua fidalguia; quem visitou a sua casa, soube o quão anfitrião ele era; quem não leu seus escritos, não conheceu o seu talento e versatilidade com as palavras e com o vernáculo;  quem com ele trabalhou em projetos e campanhas com fins sociais, viu de perto o seu comprometimento, poder de convencimento  e talento;  quem compartilhou do seu dia a dia soube do seu dinamismo e determinação; quem conhece os seus familiares, conheceu também seu amor à família,  as suas virtudes de esposo exemplar,  pai carinhoso e avo afável; quem com ele não comungou, não conheceu a dimensão da razão e do equilíbrio e, quem não o admirou um dia é porque não conheceu a verdadeira grandeza do ser humano. O amigo se foi, mas nunca terá ido, porque deixou,  para os que tiveram o privilégio de compartilhar da sua amizade e do seu convívio, como maior patrimônio  o verdadeiro sentido do vocábulo legado, porque legado não é o que se deixa para as pessoas, mas o que se deixa nas pessoas e, ele soube como ninguém, deixar consignado e perpetuado essa diferença. Descanse em paz amigo. Sem a sua presença física,  ficará apenas a  saudade que, doravante,  passará a ser a presença da sua ausência.

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