DR. EDERVEK EDUARDO DELALIBERA
Dr. EDERVEK EDUARDO DELALIBERA
José Carlos Buch
Era um dos poucos que se dirigia à mim não pelo sobrenome como sou conhecido. Fazia questão de me chamar de José Carlos. Era respeitoso, educado, inteligente, culto e muito talentoso. Amante de música clássica, ópera, inclusive, e foram os clássicos, junto com os ensinamentos da família que forjaram a sua personalidade, às vezes forte, mas sempre determinante e coerente com a sua forma de pensar e de agir. Os estudos acadêmicos vieram coroar de êxito a sua formação profissional, credenciando-o para os incontáveis desafios que a seara do direito penal impõe. Foi solidário e mais do que isso, espontaneamente se permitiu tomar à frente como profissional, num momento de muita angústia e preocupação diante de perseguição implacável. Proporcionou a liberdade a muitos, defendendo principalmente os mais pobres, acompanhando-os desde os inquéritos até o desfecho final dos processos penais. Atuava no tribunal do júri com extrema competência, desenvoltura e erudição. Combatível e convincente, invariavelmente conseguia inocentar réus, ou na pior das hipóteses, escudado nos pilares da justiça, conseguia reduzir a pena, façanha e conquistas que só os bons advogados conseguem. Devolveu a liberdade a muitos, mas viveu os últimos tempos refém da terrível doença da alma da qual não conseguiu se libertar. No seu velório, além dos familiares, principalmente as duas filhas e da advogada assistente e associada Dra. Fernanda, não eram muitos os amigos presentes, talvez em decorrência da pandemia, assim como também não muito foram os seus anos de vida. Nem todos os amigos estavam presentes, mas todos os que lá estavam, seguramente eram verdadeiros amigos. Infelizmente e prematuramente nos deixou de forma inesperada, interrompendo brilhante carreira e deixando órfãos muitos daqueles que viam nele esperança de justiça. A dor da família aos poucos vai perder força cedendo lugar àquela inarredável saudade que, então passará a ser companheira eterna. E, “Saudade é um sentimento que, quando não cabe no coração, escorre pelos olhos”, como sabiamente disse um dia Bob Marley. Mas, uma coisa é certa, aqueles que são amados nunca morrem, apenas partem do nosso convívio. Descanse em paz irmão, companheiro de profissão e amigo.
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