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E O AMIGO CAMPOS SE FOI PARA OS CAMPOS DO SENHOR


  27 de maio de 2008

E o amigo Campos se foi para os campos do Senhor
José Carlos Buch

É sempre difícil falar de alguém que conseguiu granjear em sua existência, os predicados mais sublimes que a vida pode proporcionar. Dizer que foi esposo dedicado e companheiro inseparável, pai extremoso e avô exemplar, é tão óbvio quanto revelar as inúmeras virtudes que possuía. Aos amigos sempre fazia absoluta questão de dar tudo de si.

Sempre era o primeiro a cumprimentar as pessoas do seu convívio nos aniversários, inclusive as crianças e, não hesitava em visitar todos pessoalmente, para saborear um simples pedaço de bolo e tomar um copo de refrigerante.

Rotariano respeitado em todo o distrito que abriga quase meia centena de cidades, as quais visitou uma a uma, além de conhecedor profundo das lides rotarias, era constantemente convocado para organizar reuniões, elaborar discursos e emprestar sua experiência e ensinamentos aos rotarianos mais novos.

Ultimamente, desenvolvia um trabalho excepcional no programa “homenagem profissional” que, aliás, idealizou pelo seu querido Rotary Norte, Club que ajudou a fundar. Foi telegrafista da antiga E.F.A., profissão hoje em desuso diante dos modernos meios de comunicação informatizados. Sobejamente um dos mais eficientes e talentosos profissionais executivos administrativos. Organizado, chegando a ser perfeccionista, adorava exercitar o seu talento tendo como recurso uma máquina de escrever IBM e papel sulfite. Nunca teve apego pessoal às coisas materiais por entender que elas valiam o que com elas podiam se fazer. O mesmo coração que espelhava uma bondade maior que o seu físico, carrega moléstia que lhe proporcionava dores insuportáveis. Nos últimos dias, pressentia isso, entendia que as recomendações médicas não poderiam furtar-lhe dos poucos prazeres que a vida lhe poderia proporcionar que consistia num bom prato, não dispensando doces e no único vício que o perseguia – o cigarro.

Assim, no último domingo que antecedeu a sua partida, partilhou com a minha família e outros amigos, de um churrasco e chegou a exagerar nos cigarros. Quando bebês, todos os meus filhos compartilharam do seu colo aconchegante, o mesmo acontecendo com inúmeros outros filhos de seus amigos. Viveu 72 anos voltados para sua família e seus amigos. Dotado de um poder de redação incomparável era uma enciclopédia vivia e um rotariano sábio. Abria o coração a pobres e ricos, adultos e crianças, como se a sua felicidade fosse semelhante. O seu testamento se resumiu num único pedido feito à minha esposa que costumava chamar de filha – que em seu esquife não faltassem rosas amarelas -, iguais as que viu num ramalhete na cidade de Londrina, presenteado à sua nora Ângela Maria há muitos anos, no “Dia de Veterinário”. Não foi fácil encontrar esta variedade de rosas, mas o seu pedido, felizmente, foi atendido.

Legou para os que com ele conviveram, o maior patrimônio que um ser humano pode conquistar – a bondade, a amizade e o exemplo. Deus andava apressado para desfrutar dos seus préstimos e o levou antes das festividades do Natal que ele tanto gostava. Partiu para os Campos de Senhor, mas permanecerá vivo no coração da sua esposa Felicita, filhos José Antonio e Edson, noras Lorelai e Ângela Maria e os netos Leonardo, Rubens, Bruna e Antonia e, notadamente dos amigos e companheiros em Rotary. O que nos consola é a certeza de que o amigo Campos teve tempo de viver o que muitos sonham e poucos têm coragem – fazer o que gosta e gostar do que faz.

Homenagem ao amigo José de Campos Neto.

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