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EDUCAÇÃO, ÉTICA, CARÁTER E DIGNIDADE


  15 de setembro de 2017

EDUCAÇÃO, ÉTICA,  CARÁTER E DIGNIDADE

                                                                 José Carlos Buch

Em junho de 2015, publicamos neste mesmo jornal o artigo “Ética e Caráter”. Voltamos ao assunto porque, de lá para cá, as coisas pioraram e sabe-se lá Deus quando este estado de coisas vai mudar, se é que um dia irá mudar. Alguém já escreveu certa feita que o país deveria ter uma lei com apenas dois artigos, a chamada lei da vergonha. Assim, o artigo primeiro deveria dizer:  “todo o brasileiro tem que ter vergonha na cara” e o segundo, como é praxe, acrescentar:  “revogam-se as disposições em contrário.” Escrevo este artigo na quinta, no momento em que um veículo ou moto acaba de detonar o retrovisor elétrico do meu carro que,  custa na concessionária mais de mil reais. O carro estava regulamente estacionado na Rua Recife, próximo da lavanderia Magic Wahs. O condutor que avariou o retrovisor, como faz a maioria dos infratores e irresponsáveis, fugiu deixando para o trás o prejuízo. Se a tal lei da vergonha na cara existisse, certamente esse infrator se comportaria como qualquer cidadão educado e honesto e iria procurar o proprietário do veículo para reparar o dano.  Mas, longe disso, preferiu evadir-se do local demonstrando a falta de educação e de caráter, virtudes  que deveria ter adquirido no berço e, certamente, não lhe foram transmitidas. Mas, o que esperar do povo que é produto de um país em que a quase totalidade dos políticos está envolvida com falcatruas, corrupção e negócios escusos, a começar pelo presidente da república, passando por senadores,  governadores, deputados das duas casas, prefeitos e agora também vereadores? E os desvios estão tão generalizados que a honestidade no meio político tornou-se raridade.  O exemplo que vem de cima é de arrepiar, não é mesmo? Mau caráter e saqueadores existem em todos os lugares, a diferença é que em países sérios as penas são severas e o infrator cumpre a sentença até o último minuto atrás das grades. Em país sério, como me escreveu um amigo que estava na Flórida fugindo do furacão Irma, aquela lanterna, o fardo de água ou qualquer produto não perecível que você comprou e não usou, desde que mantidos na embalagem,  podem ser devolvidos uma vez passado o furacão. Em nossa cultura levar vantagem é uma regra que parece todos querem  perseguir.  Quantos de nós quando,  ao se deparar com a falta de inclusão de uma cerveja, um refrigerante ou até mesmo um prato na conta de restaurante  tem a dignidade de alertar o garçom  solicitando a  cobrança do item omitido? Se você já fez isso, bem vindo ao clube! Interessante é que essa mesma conduta não é aplicada quando acontece o contrário, pois aquele item a mais que foi colocado na conta, até mesmo propositadamente em algumas casas também não confiáveis,  quando verificado exige-se  a sua exclusão de imediato e,  com razão. Veja que a honestidade só tem uma cara e assim é o mínimo  que se espera de todo o cidadão honesto. Mas,   todos nós que nos julgamos educados achamos que temos ética, mas será que isso é verdade?  Quem de nós nunca deu um sinal de luz na estrada avisando os condutores de veículos  no sentido contrário da existência de radar ou do policial rodoviário? Parece sintomático, mas fazemos isso e  nem nos damos conta que, no mínimo  é uma atitude aética e irresponsável, na medida em que estamos comungando com o que não é correto. E aqui vai uma observação –  se esse artigo contribuir para que não  faça mais isso,  valeu a pena tê-lo escrito. Um aviso ao condutor que danificou o retrovisor – a sorte é que a câmera da lavanderia não captou a imagem e a câmera da casa em frente estava desligada. Não fora isso,  seguramente seu veículo e você seriam  identificados e o seguro que vai o pagar o meu  estrago iria exigir o ressarcimento. O infrator que assim se comporta é o mesmo que  silencia-se ao beneficiar-se da conta errada do restaurante;  que dá sinal de luz na rodovia avisando da existência de radar; que,  se tiver oportunidade se beneficia de coisas alheias e tira vantagens do seu próximo e que,  é o mesmo  capaz de cometer até mesmo outros delitos e infrações. Mas, não é sempre que a câmera não estará filmando, não é mesmo?  Um dia a casa cairá e aí o oportunista e desonesto será desmascarado e não terá a mesma sorte. O fato é  que –  conduta como essa só faz  envergonhar o  brasileiro, se é que vergonha ainda se tem nesse país!       

                                                        advogado tributário

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