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EU SOU O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO


  22 de maio de 2015

EU SOU O QUE VOCÊ ESTÁ LENDO

                                                                  José Carlos Buch

Sou originário e nativo da Oceania, onde fui batizado com o nome de eucalyptus,  mas me desenvolvi muito na Austrália, onde hoje existem mais de 700 espécies da minha família. Cheguei no Brasil em 1904 para ser usado como lenha, postes e dormentes de estradas de ferro que começavam a surgir na região sudeste. No Japão,  ocupo 26,47% do território, em Portugal 8,70%, na Indonésia 4,39%, no Chile 2,91%, nos EUA 1,71% e no Brasil apenas 0,65%.   Demorei sete anos para me tornar adulto. Cresci livre juntamente com milhares de irmãozinhos. Meu fim já estava traçado pelo homem desde o momento em que fui plantado. Antes de começar a florescer para vida, meu embrião teve tratamento especial para que a germinação fosse perfeita e eu surgisse como um brotinho saudável e alegre. A natureza e alguns cuidados com podas e combate aos insetos predadores foram os responsáveis para que eu,  a cada dia, mês e ano, ganhasse altura rumo ao céu. Como sou da família do citriodora, logo no primeiro ano comecei a produzir folhas perfumadas. Com o tempo minhas folhas começaram a ser colhidas e processadas,  dando origem a óleos essenciais que constituem as principais matérias-primas das indústrias ligadas aos setores farmacêutico, de perfumaria e de condimentos. Durante minha existência produzi muito oxigênio, deixei o ar aromatizado e contribui muito para a natureza  que, lamentavelmente vem sendo muito vilipendiada. Ao final, fui decepado para virar matéria prima e transportado em pesados caminhões para bem longe do meu habit natural. Mas, como sou teimoso, vou renascer e voltar a crescer para começar um novo ciclo.  Na indústria acabei me transformando em celulose e foi preciso 4,00 m3 da minha madeira para produzir 1 tonelada de celulose. Depois com 0,92 tonelada dessa pasta fui me transformar em 1 tonelada de papel, mas para chegar a isso fui novamente processado com amido, caulim, cola e tinta. Nasci pra virar papel, mas poderia ter outro destino, como por exemplo, ser utilizado na construção civil, nos sítios e fazendas e até mesmo para me transformar numa casa de pau a pique. Dizem que retiro muita água do solo,  mas tudo não passa de mito.   Estudos recentes revelam que eu sou muito eficiente no aproveitamento da água. Enquanto um litro de água me faz produzir 2,9 gramas de madeira, a mesma quantidade de água produz apenas 1,8 gramas de açúcar, 0,9 gramas de grãos de trigo e 0,5 gramas de grãos de feijão. Quem fala mal de mim é porque não me conhece. Mas, como você já sabe agora como cheguei ao Brasil, como nasci, cresci e me transformei, saiba também que eu sou este jornal que você está lendo. Amanhã, vou servir pra embrulhar peixe, como se costuma dizer ou,  quem sabe servir de proteção para as embalagens de ventiladores, de louças, lustres e outros produtos delicados. Ao final,  vou ser reciclado e voltar a ser papel de jornal ou folhas de papelão. Como se vê,  desde que surgi passei a ser muito importante  para a sua vida e talvez você nunca se deu conta disso. Agora que você conhece um pouco da minha vida, obrigado por se interessar pela minha história. Boa leitura!

                                                        advogado tributário

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