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FUJA DE TUDO QUE COMEÇA COM -CON-


  31 de dezembro de 1969

“Quando todas as armas forem propriedade do governo e dos bandidos, estes decidirão de quem serão as outras propriedades.”
Benjamin Franklin

Quem se depara com os anúncios de consórcios em jornais, revistas e televisão, fica deslumbrado com as facilidades e promessas dessa criação genuinamente brasileira que garante, aos menos incautos, a realização do sonho do veículo Ok e principalmente da casa própria, tudo em suaves prestações sem juros(grifamos). O que os anúncios, propositadamente, não revelam é que a administradora que vende essa ilusão apropria-se do valor de cada parcela paga, a título da “módica” taxa de administração,  de montante correspondente ao percentual que varia entre 12 a 17%, chegando até mesmo a 20%. O negócio é tão auspicioso e tentador(para a administradora, logicamente) que os bancos que, não são bobos nem nada, lançaram-se nesse segmento competindo com as tradicionais e remanescentes empresas de consórcios, já que inúmeras megas administradoras desse tipo de negócio quebraram na última década do século passado, deixando muita gente a ver navios, caso do Andorfato, Garavello, para não citar tantas outras. Num país onde é natural e usual esconder a verdadeira taxa real(sempre irreal) de juros embutida nos preços dos produtos, apesar da obrigatoriedade prevista em lei nesse sentido; num país onde a maciça e até irritante propaganda  das grandes lojas de móveis e eletrodomésticos anunciando produtos a perder de vista, porém,  camuflando juros  exorbitantes; num país onde a corrupção campea solta chegando às raias do futebol, a maior paixão nacional; num país onde a evasão de divisas ultrapassa a 150 bilhões de dólares, tendo à frente políticos proeminentes como Paulo Maluf, ídolos como Xuxa, Romário e o banqueiro Daniel Dantas, vender ilusão através de consórcio, titulo de capitalização, baú da felicidade e outros quejandos,  não deixa de ser café pequeno. Mas, para não perder o foco, voltemos ao produto consórcio(é assim que eles o denominam) que, de há muito virou mania nacional. Se você adquiriu cota de consórcio para aquisição de imóvel ou se você esta vendendo imóvel para algum consorciado, prepare-se para uma verdadeira maratona capaz de tirar qualquer um do sério, tal o número de certidões, declarações e infinidades de documentos. A administradora exige certidão até da sua terceira geração e não bastasse isso, coloca obstáculos e mais obstáculos para aprovar a operação. Se o consorciado ou vendedor estiverem com o nome negativado no  SERASA e SPC, esqueça, pois, fatalmente a operação  será rejeitada. Registre-se, por final, que se o consorciado contar com uma boa assessoria, a obtenção de todos os documentos exigidos demanda o mínimo 45 dias, tempo suficiente para o vendedor, quase sempre,  desistir do negócio.  Se  não bastasse isso, o consórcio é um péssimo investimento. Vejamos:  Como é sabido, a administradora toma para si, como taxa de administração de 17% do valor da parcela. Logo, da parcela de R$1.000,00 que é paga, apenas R$830,00 servirá para custear o bem a ser adquirido. Vamos admitir que você não é um consorciado “pé quente” e que a contemplação da sua cota se dará após o pagamento de mais da metade do plano. Admitindo-se que o seu plano é de 60 meses e, na 35º parcela você foi contemplado. O seu crédito deverá girar em torno de R$52.968,41, lembrando que no nosso exemplo  as 35 parcelas pagas foram acrescidas de juros compostos em torno de 0,60% ao mês = R$32.218,41 + R$20.750,00 que é o resultado das 25 parcelas vincendas x R$830,00(valor descontado a taxa de administração). Adquirido o imóvel, remanesce uma dívida de R$25.000,00 correspondente às 25 parcelas vincendas de R$1.000,00, cada uma. Tomemos agora uma outra opção. Você vai se comprometer investir mensalmente numa aplicação financeira, uma parcela de R$1.000,00 para adquirir um imóvel de valor de R$53.000,00. Mediante a taxa de 1% ao mês, facilmente exeqüível em qualquer banco de primeira linha, ao final de 43 meses você terá o recurso necessário para adquirir o tão sonhado imóvel, tudo isso sem remanescer qualquer dívida e sem ter que se sujeitar às absurdas exigências impostas pelas administradoras de consórcio que perpassam o limite do razoável e do bom senso. Resumo da ópera: seja administrador do seu dinheiro, investindo no seu próprio consórcio. É muito mais vantajoso.  Logo, pense bem antes de entrar nessa roubada que é o produto consórcio e leve a sério o conselho de um amigo que costuma dizer que tudo que começa com “con”(consórcio, condomínio, concubinato, etc) é uma verdadeira fria.

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