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LIÇÃO EXTRAÍDA DO FILME “PARA SEMPRE ALICE”


  5 de novembro de 2015

LIÇÃO EXTRAÍDA DO FILME “PARA SEMPRE ALICE”       

                                                                  José Carlos Buch

No filme “Para sempre Alice”, a protagonista Dra. Alice Howland, renomada professora de linguística é diagnosticada com Alzheimer, quando estava no auge da sua carreira. A atriz Juliane Moore que interpreta Alice, recebeu 30 prêmios pela sua atuação no filme, inclusive o  Oscar e o Globo de Ouro. Vale a pena conferir discurso proferido pela personagem  numa conferência cuja plateia era constituída de médicos, especialistas e professores, além da sua família.   A poetisa Elisabeth Bishop escreveu: –  ‘A arte de perder não é nenhum mistério, tantas coisas contêm em si o acidente de perdê-las, que perder não é nada sério’. Eu não sou uma poetisa. Sou uma pessoa vivendo no estágio inicial de Alzheimer. E,  assim sendo, estou aprendendo a arte de perder todos os dias. Perdendo meus modos, perdendo objetos, perdendo sono e, acima de tudo, perdendo memórias. Toda a minha vida eu acumulei lembranças. Elas se tornaram meus bens mais preciosos. A noite que conheci meu marido, a primeira vez que segurei meu livro em minhas mãos, ter filhos, fazer amigos, viajar pelo mundo. Tudo que acumulei na vida, tudo que trabalhei tanto para conquistar, agora tudo isso está sendo levado embora. Como podem imaginar, ou como vocês sabem, isso é o inferno. Mas fica pior!  Quem nos leva a sério quando estamos tão diferentes do que éramos? Nosso comportamento estranho e fala confusa mudam a percepção que os outros têm de nós e a nossa percepção de nós mesmos. Tornamo-nos ridículos, incapazes e cômicos. Mas isso não é quem nós somos. Isso é a nossa doença. E como qualquer doença, tem uma causa, uma progressão, e pode ter uma cura. Meu maior desejo é que meus filhos, nossos filhos, a próxima geração não tenha que enfrentar o que estou enfrentando. Mas, por enquanto, ainda estou viva. Eu sei que estou viva. Tenho pessoas que amo profundamente, tenho coisas que quero fazer com a minha vida. Eu fui dura comigo mesma por não ser capaz de lembrar das coisas. Mas ainda tenho momentos de pura felicidade e alegria. E, por favor, não pensem que estou sofrendo. Não estou sofrendo. Estou lutando. Lutando para fazer parte das coisas, para continuar conectada com quem eu fui um dia. Então, viva o momento, é o que digo para mim mesma. É tudo o que posso fazer. Viver o momento. E não me torturar  tanto por dominar a arte de perder. Uma coisa que vou tentar guardar é a memória de falar aqui hoje. Irá embora, sei que irá. Talvez possa desaparecer amanhã. Mas significa muito estar falando aqui hoje. Como meu antigo eu, ambicioso, que era tão fascinado em comunicação. Obrigada por essa oportunidade. Significa muito para mim. Obrigada.”  Comovente e emocionante, não é mesmo?

                                                       advogado tributário                                                                                 www.buchadvocacia.com.br                                                                   buch@buchadvocacia.com.br

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