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MÚSICAS CLÁSSICAS E SUAS HISTÓRIAS – PARTE VIII


  10 de junho de 2021

MÚSICAS CLÁSSICAS E SUAS HISTÓRIAS – PARTE VIII

                                                                  José Carlos Buh

Este é o oitavo artigo da série que já trouxe as histórias de quatorze músicas que marcaram época: Boate Azul, El Reloj, Menino da Porteira, Tico Tico no Fubá, Evidências, Sentado à beira do caminho, Seu amor ainda é tudo, Yesterday, Tudo passará, My Way, Garçom, O portão, Coração de papel, Champagne e Roberta. Hoje a coluna vai trazer um  pouco da história da música “Rosa”, que ficou notabilizada como de autoria de Pixinguinha. Na verdade, o músico  fizera a melodia havia muito tempo, mas todos achavam que era preciso uma letra. Nunca, porém, ninguém se interessou. Havia, em Engenho de Dentro, um mecânico de automóveis chamado Otávio de Souza, um poeta bissexto. Ele então fez a letra, uma improvável obra-prima para os amigos. Um dia, nas quebradas, ele encontrou o velho Pixinga, e dele se aproximou, tangido pela inibição própria de um mecânico de subúrbio. Pixinguinha era a fina flor da educação, sempre pra lá de elegante, e dignou-se a recebê-lo. Ele então recitou a letra de “Rosa”, o mais belo poema parnasiano da MPB, e Pizindin (era assim que a vovó o chamava), encantou-se com versos tão belos. Ali estava Otávio de Souza, seu mais novo parceiro e a música depois de gravada, ganhou as ondas do rádio na interpretação magistral de Orlando Silva, o maior cantor que este país já teve. Música difícil de interpretar, até por causa do fraseado poético, parnasianismo puro. Recebeu, contudo, muitas gravações. De todo modo, os louros e loas que se fazem a “Rosa” vão quase sempre para Pixinguinha, que, é claro, os merece, porém deveriam ser também tributados ao parceiro.  Poucos, ou quase ninguém, lembra-se do mecânico de Engenho de Dentro, autor de uma música que, conquanto,  presa aos limites da sua unidade, equivale a todo um cancioneiro musical. Uma obra-prima maravilhosa. Um dia ainda há de se fazer justiça a Otávio de Souza, como o faz esse modesto artigo. –  A outra música que tem uma história inusitada é a canção “Dizem que os homens não devem chorar”(Los Hombres No Deben Llorar). Poucos sabem, mas esse clássico latino é de autoria do sanfoneiro Mário João Zandomeneghi(Mario Zan) e Palmeira. Gravado em 1958, com o nome original de “Nova Flor” esse rasqueado foi vertido para o castelhano pelo Trio Los Panchos, tornando-se um sucesso mundial. A música foi gravada por ninguém menos do que  Frank Sinatra e Roberto Carlos, em 1992  e conta com  mais de 40 regravações em todo o mundo. Mario Zan teve aproximadamente 1.000 músicas gravadas e mais de 70 LPs lançados, com cerca de 36 músicas gravadas por cantores de outros países. O músico nasceu em Roncade(Itália), em 9 de outubro de 1920 e nessa década  imigrou junto com a família para São Paulo. A família Zandomeneghi instalou-se inicialmente na vizinha Santa Adélia, onde Mario Zan teve como principal incentivador o primo e acordeonista Hilário Fossalussa, da cidade de Olímpia. “Rosa” e “Dizem que os homens não devem chorar”, são dois clássicos que contribuíram para tornar célebres esses notáveis músicos: Pixinguinha, Otávio de Souza e Mario Zan.  

Fontes: “Rosa”: Marcelo A. Potocarrero, 29 de maio de 2021; Mario Zan: https:// dicionariompb.com.br/mario-zan/dados-artisticos; –  https://pt.wikipedia.org/ wiki/ Mario_Zan

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