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O APITO DO TREM


  2 de agosto de 2017

O APITO DO TREM

                                                                                              José Carlos Buch

São 6h07 da manhã de quarta feira desses primeiros dias de agosto que promete longa estiagem e muito vento a soprar esparramando fuligens da cana queimada. O trem que,  leva o progresso, mas incomoda toda uma cidade, sinalizou com o primeiro longo apito de alerta. Outros se sucederão, não menos do que seis e, associados ao barulho ensurdecedor dos motores da locomotiva, fez despertar àqueles que residem próximo e os que habitam os altos dos prédios para onde o ruído é irradiado como se estivesse perto.   O sol,  preguiçosamente insiste em não dar as caras por conta da ameaça da frente fria prenunciada pelos meteorologistas e que,  promete tornar os dias mais frios, inclusive o próximo de semana. Será? Ultimamente os futurólogos do tempo têm acertado.  Precisamente hoje o calendário registra que tem 40 dias desde a última chuva que caiu sobre a cidade no dia 22 de junho. Agora são 6h12, o barulho do trem depois de alguns muitos silvos foi substituído pelo alarme disparado de uma das lojas do centro, como geralmente acontece a qualquer momento, principalmente à noite e ao amanhecer. Durante o dia esses ruídos todos serão enriquecidos, ainda mais,  pela aeronave do circo que sobrevoa o centro e os bairros com o anúncio inconfundível  do espetáculo da noite, não poupando nem mesmo os pacientes internados nos hospitais da cidade que precisam de silêncio. A cidade que, tem tudo para ser tranquila,  é bombardeada e torpedeada pelos mais diferentes e agressivos ruídos, sem contar os carros de som anunciando promoções que,  lentamente,  além de atrapalhar o já engarrafado trânsito do centro, também contribuem com uma parcela da poluição sonora que incomoda os indefesos moradores. Até parece que a cidade está em festa todos os dias, não obstante a crise que solapa a capacidade de resistência das pessoas, sem poupar os estabelecimentos comerciais que, com raras exceções,  estão pagando para manter as portas abertas, na esperança de dias melhores. Semana próxima, o aviãozinho do circo deve bater asas e perturbar outros rincões(não confundir com a pacata Rincão, terra natal do saudoso Túllio Tricca); os alarmes continuarão a disparar nos horários inconvenientes e indesejados; os carros de som, igualmente permanecerão circulando atrapalhando o trânsito e o apito do trem com silvos longos e estridentes,  por muito tempo fará parte do cotidiano da cidade. Então é melhor se acostumar com tudo isso e se resignar, sabendo que,  é o preço que se paga para  morar no conforto(!) da cidade.

                                                                                   advogado tributário

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