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O PODER DA VÍRGULA


  5 de agosto de 2015

 O poder da vírgula    

                                                                  José Carlos Buch

Nossa língua, talvez é a segunda mais bonita das línguas faladas no universo, só perdendo para o glamoroso francês. O escritor espanhol Cervantes a classificou com “la dulce lengua”(a doce língua) e acrescentou que é a língua mais sonora do mundo. Sua beleza e sonoridade são inequivocamente incomparáveis, mas ela também tem algumas curiosidades interessantes, como por exemplo:   “Tudo junto se escreve separado e separado se escreve tudo junto”   e ainda, –  “Bota se calça e calça se bota”. Outro detalhe interessante da nossa língua é o sinal gráfico representado pela vírgula.  Segundo Vikipédia, a grande enciclopédia livre da internet, a vírgula é um sinal de pontuação, que exerce três funções básicas: 1º)- marcar as pausas e as inflexões da voz na leitura; 2º)- enfatizar e/ou separar expressões e orações e 3º)- esclarecer o significado da frase, afastando qualquer ambiguidade. Conquanto, o elenco de curiosidades quanto ao uso da vírgula é grande e isso certamente não é privilégio somente do português, já que outras línguas também as possuem. A vírgula, tão necessária e nem sempre fácil de ser empregada,  é o segundo sinal gráfico mais importante utilizado em nosso vernáculo, só perdendo espaço para o ponto.  A vírgula,  tal como se apresenta,  não existe nas línguas dos países asiáticos – mandarim, japonês, etc. e,  é possível que outras línguas também não a grafam como o fazemos, o que não significa dizer que não se utilizam de sinal gráfico com o mesmo sentido. Linguística e etimologia à parte, o fato é que o não emprego correto da vírgula ou a sua utilização de forma inadequada pode mudar radicalmente o sentido de uma frase. Segundo Mirian Chaves Carneiro, da Universidade Federal de Minas Gerais, a vírgula pode ser uma pausa ou não:  Não, espere – Não espere…; ela pode sumir com seu dinheiro:  23,4 – 2,34; pode criar heróis:  Isso só, ele resolve. –  Isso só ele resolve; ela pode ser a solução:  Vamos perder, nada foi resolvido. – Vamos perder nada, foi resolvido; a vírgula muda uma opinião: Não queremos saber. – Não, queremos saber; a vírgula pode condenar ou salvar: Não tenha clemência! – Não, tenha clemência!; ela pode definir vilões: Esse, juiz, é corrupto. – Esse juiz é corrupto. E, finalmente: “Se o homem soubesse o valor que tem a mulher andaria de quatro à sua procura”. – Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER e aí, a frase seria: “Se o homem soubesse o valor que tem a mulher,  andaria de quatro à sua procura”.  Mas, se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM e neste caso a frase teria outro sentido: “Se o homem soubesse o valor que tem,  a mulher andaria de quatro à sua procura”. Como se vê a vírgula pode fazer a diferença e, que diferença! 

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