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  23 de maio de 2016

OS 380 ANOS DA UNIVESIDADE DE HARVARD


OS 380 ANOS DA UNIVESIDADE DE HARVARD  

                                                                           José Carlos Buch

A família do jovem pastor congregacional calvinista inglês John Harvard,  que viveu apenas 31 anos e morreu em 1638,  vítima de tuberculose na então colônia americana de Charlestown,  ao cumprir o desejo do morto e  doar ‘post mortem’, toda a sua biblioteca e metade de suas propriedades, na verdade 800 libras esterlinas à então Faculdade Estadual de Massachussets,  fundada em 1636, não poderia imaginar quão célebre e notabilizado o nome Harvard se tornaria mundialmente. O legado garantiu que seu nome jamais seja esquecido. Considerado o primeiro benfeitor da universidade, uma estátua de John Harvard foi erigida à entrada central do campus e é talvez seu marco mais conhecido. Harvard é a mais antiga instituição de ensino superior dos Estados Unidos. Embora nunca tenha sido formalmente afiliada com qualquer denominação, a faculdade inicialmente  forneceu ensino principalmente para o clero congregacionalista e unitarista. Seu currículo e corpo discente foram gradualmente secularizados ao longo do século XVIII e, por volta do século XIX, Harvard tinha emergido como o estabelecimento cultural central entre as elites de Boston. Com uma história que se confunde com a própria evolução da sociedade americana, Harvard passou a se tornar respeitada no final do século XIX, após a Guerra Civil, graças ao trabalho do reitor  Charles William Eliot (1869-1909) que transformou a faculdade e as escolas profissionais afiliadas em uma moderna universidade de pesquisa. Durante a Grande Depressão e o início da Segunda Guerra Mundial,  a faculdade de graduação tornou-se mista após a sua fusão com o Radcliffe College, em 1977. Drew Gilpin Faust foi eleita a 28ª reitora em 2007 e é a primeira mulher a liderar a instituição. Hoje em dia a universidade dispõe de várias instituições acadêmicas e tem muitos ex-alunos de destaque. Está organizada em onze unidades acadêmicas diferentes — dez faculdades e do Instituto Radcliffe de Estudos Avançados — com campus em toda a área metropolitana de Boston. O campus principal de 85 hectares da Universidade de Harvard é centrado no Harvard Yard, em Cambridge, aproximadamente 4,8 quilômetros a noroeste de Boston.  Harvard também é a alma master de 62 bilionários que vivem, em sua maioria, nos Estados Unidos. A Biblioteca da Universidade de Harvard é também a maior biblioteca acadêmica dos Estados Unidos e a quarta maior coleção de livros do mundo, com mais de 150,5 milhões de títulos, estando atrás apenas da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos (Library of Congress), em Washington, DC, da Biblioteca Britânica, em Londres, e da Biblioteca Nacional da França, em Paris. Harvard tem o maior orçamento superando  o de qualquer outra instituição acadêmica do mundo, situando-se em cerca de 30 bilhões de dólares em setembro de 2012. É considerada a melhor universidade do mundo e o custo  para um estudante de graduação em Harvard no ano letivo é de cerca de US$75.000,00. Em 2011, possuía matriculado  20.042  estudantes, sendo 6.715 estudantes de graduação, 12.424 estudantes de pós-graduação (mestrado e doutorado) e 975 estudantes em programas de extensão universitária. Dos 323 mil alunos que passaram pela universidade,  cerca de 52 mil são estrangeiros vindos de mais de 200 países.  Oito presidentes americanos estudaram em Harvard: John Adams, John Quincy Adams, Rutherford B. Hayes, John F. Kennedy, Franklin Delano Roosevelt, Theodore Roosevelt, George W. Bush e Barack Obama. Harvard conta 47 vencedores do prêmio Nobel, 32 chefes de estado (inclusive Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU) e 48 ganhadores do Pulitzer. No rol de talentos, há nomes como Theodore William Richards, primeiro cientista a calcular o peso dos átomos; James D. Watson, criador do modelo de DNA em hélice; e Simon Kuznets, que desenvolveu o conceito que usa o Produto Interno Bruto (PIB) como ferramenta para medir o crescimento econômico dos países. Alguns nomes famosos são também egrégios de Harvard, dentre eles destacam-se alguns brasileiros: Al Gore (ex-candidato a presidente americano e celebridade da sustentabilidade), Bill Gates (fundador da Microsoft), Mark Zuckerberg e o brasileiro Eduardo Saverin (criadores do facebook), Jorge Paulo Lemann (sócio da Ambev), João Grandino Rodas (reitor da Universidade de São Paulo), Giancarlo Francesco Civita (Grupo Abril), Henrique Meirelles (ministro da Fazenda), William S. Burroughs (escritor americano), T. S. Eliot (poeta) e os atores Jack Lemmon, Natalie Portman, Matt Damon e Tommy Lee Jones. Para os americanos, estudar em Harvard é estar mais próximo ao poder e das relações profissionais que podem mudar sua vida. Não é de se estranhar que o ambiente seja um dos mais competitivos do mundo, com grandes talentos e prodígios de praticamente todas as áreas, do balé clássico à biologia molecular. Uma máxima comum por lá é: “em Harvard você não faz amigos, faz contatos”.

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