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PEQUENOS INVENTOS, GRANDES IDÉIAS – PARTE IV(FINAL)


  30 de outubro de 2013

PEQUENOS INVENTOS, GRANDES IDÉIAS – PARTE IV(final)

                                                        José Carlos Buch

Muitos inventos foram criados por acaso, outros, contudo, nasceram da necesidade do homem se proteger de algo. Nesse grupo poderiamos citar as meias, a ratoeira. Mas, há também os que foram desenvolvidos por necessidade, caso específico  dos óculos e o relógio de pulso que  ganharam destaque também como acessórios de luxo. Contar um pouco da história de cada um ajuda a entender o desensolvimento da humanidade e a evolução do mundo no decorrer do tempo.  MEIAS:  A noiva do rei Felipe IV da Espanha encontrava-se em viagem para Madri. Era uma viagem cansativa e havia constantes paradas, pois cada cidade queria festejar a viajante e preparar uma recepção brilhante à futura rainha. Mais uma vez o cortejo parou. Segundo o cerimonial espanhol, vieram os cumprimentos. Depois entregaram à princesa um presente de casamento – uma caixinha dourada assentada numa almofada de veludo. Curiosa, a noiva abriu a caixa, fitou-a e deixou-a cair como se estivesse queimando. Parecia querer desmaiar. O seu séquito acorreu e o marechal da Corte lançou um olhar rápido para o terrível presente. No estojo dourado estava, nada mais, nada menos, um par de meias de seda. Era incrível! Apanhou a caixa e devolveu-a. “Uma rainha não tem pernas!”, disse ele friamente.  A observação do marechal da Corte espanhola, que hoje parece cômica, significava que era o cúmulo do atrevimento pensar na existência das pernas de uma mulher, e ainda mais quando essa mulher era uma rainha. A moda de saias para as mulheres era até o chão. As saias mal deixavam ver a ponta dos pés. Era de muito mau gosto falar das pernas; quanto às meias, nem sequer se devia pensar em tal coisa. Trezentos anos decorreram entre o espanto do presente das meias à noiva do rei e os grandes anúncios de meias de hoje. Uma longa distância não só na moda, mas também nos limites do que é permitido. Igualmente grande é a distância que vai desde as meias da Idade Média até as de náilon. Pertence às curiosidades da história da moda ver o longo caminho que percorreram as meias.  Quem fez as primeiras meias? Não se sabe. A tecelagem era uma arte já conhecida no século XV, conforme o provam achados daquele tempo. Mas depois caiu no esquecimento, e só se impôs definitivamente no século XVI. Não foi por acaso que as meias reapareceram na Espanha. A moda espanhola, que dava o tom da moda européia entre 1550 e 1650, sobretudo a masculina, tinha necessidade de criar meias que não enrugassem nas pernas; ÓCULOS:  palavra óculos surgiu com o termo ocularium, na Antiguidade Clássica. O termo era utilizado para designar os orifícios das armaduras dos soldados da época, que serviam para permitir que os mesmos enxergassem. Somente no século I d.C surgiram as primeiras lentes corretivas, que eram feitas com pedras semipreciosas cortadas em tiras finas e davam origem aos óculos de grau para perto. Tudo isso se deve ao matemático árabe Alhazen, que, perto do ano 1000 d.C., formulou uma teoria sobre a incidência de luz em espelhos esféricos e como isso reagia no olho humano. Os monges eram, sobretudo, os mais beneficiados com o objeto, por passarem horas trabalhando nas grandes bibliotecas da Europa. Em 1270, na Alemanha, foram criados os primeiros óculos com aros de ferro e unidos por rebites. Eram semelhantes a um compasso, porém não possuíam hastes. Os modelos que foram mais usados no século XV eram o Pince-nez e o Lornhons. Porém, eles ainda não possuíam hastes fixas, sendo que a mesma só passou a surgir no século XVII, e era usada para se apoiar às orelhas. No Brasil, os óculos surgiram no século XVI, com a colonização portuguesa, e eram usados principalmente por religiosos (em sua maioria jesuítas), funcionários da coroa portuguesa, colonos abastados e homens de letras. Uma antiga referência histórica sobre a existência dos óculos remonta aos antigos egípcios no século V a.C., que retratam lentes de vidro sem grau. As primeiras referências sobre a existência óculos bifocais datam de 500 a.C. e foram encontradas em textos do filósofo chinês Confúcio. Nessa época, eram apenas um adereço pessoal. As lentes eram de vidro, mas não tinham grau. Foram as experiências em óptica de Robert Grosseteste e seu discípulo Roger Bacon que levaram à invenção dos óculos modernos. Em 1284, as guildas de Veneza já os mencionavam e durante o século XIV o fabrico de óculos popularizou-se por toda a Europa. Nem sempre os óculos foram fabricados com a forma com que são conhecidos hoje em dia. No século XIX era possível encontrar com mais facilidade que hoje os monóculos (apenas uma lente oftálmica) e, também, as lentes sem armação.

Em 1785 Benjamin Franklin inventou os primeiros óculos bifocais, com duas lentes a frente de cada olho unidas pela armação, possibilitando enxergar de longe e de perto em um único acessório. Graças à utilização de matérias-primas mais baratas para sua produção e o grande avanço da tecnologia, hoje em dia existem os mais variados tipos de óculos, de diferentes tamanhos, cores, estilos, e para os mais variados gostos; RELÓGIO DE PULSO: O primeiro modelo que se conhece foi feito em 1814 pelo relojoeiro Abraham Louis Bréguet, por encomenda de Carolina Murat, princesa de Nápoles e irmã de Napoleão Bonaparte. A invenção é ainda atribuída, mais tardiamente, em 1868, a Athoni Patek e Adrien Phillipe, fundadores da empresa Patek-Phillipe. O modelo tornou-se rapidamente popular como adereço tipicamente feminino a partir dessa altura. No início do século XX o aeronauta brasileiro Santos Dumont, por necessitar deste modelo por razões práticas, pois tinha as mãos sempre ocupadas em seus balões, pediu ao seu amigo joalheiro, Louis Cartier, que lhe fizesse um relógio de pulso especial. Cartier colocou então uma pulseira de couro  num dos maiores modelos de relógio de pulso femininos da sua coleção, e em março de 1904 ofereceu-o a Santos-Dumont. Este episódio levou a considerar Santos Dumont como o responsável pela popularização do relógio de pulso entre os homens. A Primeira Guerra Mundial foi o marco definitivo no uso do relógio de pulso, já que os soldados precisavam de um jeito prático de saber as horas. RATOEIRA: A criação da ratoeira é atribuída ao inventor anglo-americano Hiram Maxim, no século XIX. Este dispositivo era mecânico, acionado por uma mola que pretendia prender os roedores pelo pescoço. Este tipo de dispositivo foi sofrendo algumas evoluções essencialmente estéticas, utilizando sempre o mesmo princípio, exceção feita a um dispositivo elétrico inventado por Thomas Edison para capturar os ratos existentes no seu quarto de pensão, do qual pouco se conhece; PENTE:   A palavra pente vem do latim “pecten”, que é o nome de uma concha com formato semelhante aos dentes do objeto que conhecemos hoje em dia. Sabe-se que antes mesmo dos egípcios, outras civilizações já haviam desenvolvido pentes feitos com ossos de animais e madeira. Os egípcios utilizaram este objeto em larga escala. Os pentes, inclusive, eram objetos de luxo; muitos deles eram cobertos por ouro e pedras preciosas. Foram os romanos os responsáveis por reduzir seu tamanho, para que o mesmo pudesse caber até mesmo dentro dos bolsos. Se você acha que eles não são importantes, experimente ficar uma semana sem utilizá-los ou imagine a vida sem eles.  Ao final, seguramente, a conclusão mais óbvia é a de  que  esses pequenos inventos são, na verdade,  produtos de uma grande idéia e a família dos seus criadores deveriam se beneficiar dos benefícios(royalty)  que eles proporcionam a humanidade.

                                                        advogado tributário

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