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  1 de setembro de 2016

PROFESSORA APARECIDA BENITES MANZANO MENEGÃO


PROFESSORA APARECIDA BENITES MANZANO MENEGÃO

                                                                  José Carlos Buch

No final do ano de 2010, trazida pelas mãos do Sr. Antonio Menegão, esposo da professora Aparecida Benites,  foi-me entregue uma folha de caderno brochura amarelada pelo tempo,  com uma letra que de pronto reconheci como sendo da minha infância. Na verdade,  tratava-se de uma  “Composição”, abordando o tema “Importância e necessidade do reflorestamento”  por mim escrita em 20 de setembro de 1960, quando então cursava o 3º ano “B” masculino no antigo Grupo Escolar de São Francisco, que funcionava na Rua Natal, onde atualmente é a Secretaria da Assistência Social da Prefeitura. A reprodução do original da “Composição” foi publicada no dia 22 de setembro de 2011, no Jornal “O Regional” e acha-se também estampada nas págs. 13/14 do meu livro “Pessoas de Estória e História de Pessoas”. Como esta “Composição”, seguramente muitas outras foram guardadas pela professora e,  depois de muitos anos entregue aos seus autores, constituindo-se num  presente de valor imaterial inestimável.  Como diz a frase de autor desconhecido: – “O destino une e separa as pessoas, mas nenhuma força é tão grande para fazer esquecer pessoas que, por algum motivo, um dia nos fizeram felizes”.  Esse gesto que só as pessoas nobres são capazes de fazer, marca a generosidade  e a grandeza dessa incansável alfabetizadora que dedicou a sua vida a lapidar o caráter e a personalidade de milhares de crianças que tiveram o privilégio de serem seus educandos, como foi o meu caso. A página de caderno tal como foi cuidadosamente guardada pela professora por meio século, foi emoldurada e, em destaque adorna a sala de reuniões/biblioteca do meu escritório. Volta e meia me pego lendo o seu conteúdo e não me canso de observar o vocabulário empregado, mas também os erros de ortografia, próprios de uma criança de 10 anos de idade. Na época, o sistema educacional, é bem verdade,  era outro e ser professor era o sonho de muitos, principalmente das mulheres que se espelhavam nos professores para escolher a  carreira e a oportunidade de realização pessoal. Professor era reconhecido e respeitado e, ai daquela criança que ousasse não se comportar na sala de aula! Assim, a sua carreira foi influenciada pelos pais,  José Benites Manzano e  Guadalupe Peres, ambos espanhóis da gema, ele de Granada e ela de Albería/Sevilha, que trocaram a desventura e a fome da Europa no final do século XIX para construir a vida no Brasil. Do convés do navio e após passar pela imigração,  vieram direto para a cidade de Ribeirão Preto, onde se conheceram e se casaram, aportando em Catanduva em 1917. Nona filha de uma prole de dez, desde cedo foi incentivada pelo pai que era guarda-livros a realizar o sonho de se tornar professora. Concluiu o curso normal em 1946, no Colégio Adhemar de Barros e, em 1947 já era substituta, sendo efetivada em 1950, numa escola rural, vindo a se aposentar em 1978. Lembra que os alunos peraltas e os mais aplicados,  indelevelmente,  ficaram gravados em sua memória. Os peraltas, pelas muitas traquinagens e o comportamento sempre frêmito e estrépito e,  os mais aplicados, sobretudo, pelos cadernos impecáveis, pelos textos que produziam nas composições e redações e,  mesmo pelas notas altas de avaliação que os faziam diferenciados e marcantes.  Porém, diferenciada e marcante mesmo é a professora que, diligentemente ao longo de sua carreira,  sempre teve o cuidado de guardar peças produzidas por seus alunos para, depois de muitos anos,  entregar a eles como um verdadeiro troféu, fazendo-os se emocionar e reviver momentos inesquecíveis e memoráveis da infância. Extraída do filme O Club do Imperador – St.Benedict´s College, a mensagem a seguir, diz muito bem sobre a importância dos professores:   “… Um grande professor tem pouca história para registrar. Sua vida se prolonga em outras vidas. Homens e mulheres assim são pilares na estrutura de nossas escolas, mais essenciais que seus tijolos ou vigas e continuarão a ser centelhas e revelações em nossa vida.”  O seu aniversário de 90 anos, comemorado ontem(sábado) cercada dos familiares e amigos não poderia passar despercebido. Então, que este seja o feliz primeiro dia de muitos outros que se iniciam hoje. Que DEUS lhe dê: Força para enfrentar as adversidades; paciência para tolerar os intolerantes; equilíbrio para decidir e resolver tudo com bom senso; saúde para viver feliz; amizades, porque sem amigos a vida é desprovida de sentido. E por final, agradeça a Deus pelo fato da senhora ser um ser humano especial(desculpe o pleonasmo!). Parabéns!

                                                                  advogado tributário                                                                                  www.buchadvocacia.com.br                                                                   buch@buchadvocacia.com.br        

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