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QUASE VÍTIMA DO MARTELO DE CARNE


  14 de janeiro de 2014

QUASE VÍTIMA DO MARTELO DE CARNE

                                                                  José Carlos Buch

Dezembro 31, último dia de um ano que teve de tudo: frustração da nossa seleção na Copa do Mundo, crescimento do PIB próximo de zero, reeleição da presidenta, escândalo escabroso  da Petrobrás  e desaparecimento de figuras importantes do cenário nacional e mesmo da nossa cidade. Enfim, passou. Xô ano ruim!  A virada do calendário anual é sempre um momento marcante na vida das pessoas e a esperança do novo ano que,  na verdade é apenas a continuação do que já existe,  ressurge com muitas promessas de  realizações e sonhos a serem concretizados. Otimismo é sempre bom e importante e, o que seria do ser humano se lhe fosse tirada  a capacidade de sonhar? Nesse dia 31, por volta das 10h30,  caminhava em direção à praia, descontraidamente conversado com o anfitrião amigo, com o qual dividia o peso de uma sacola térmica, quando, bem defronte ao Edifício Flávia,   no número 51 da Rua Santos, a poucos metros da praia de Pitangueiras, no Guarujá, eis que ouve-se um estalido muito próximo e de repente a cabeça compacta,  um pouco amassada,  de um martelo de carne, que cai  bem à nossa frente. Com a força do impacto,  a pedra de granito de 1,5 cm de espessura e que dá acabamento à parede de 1,5 metro de altura do jardim frontal do prédio,  partiu-se ganhando um trinco sinuoso e irregular de aproximadamente 10 cm. Mais adiante, distante uns 3 metros foi encontrado o cabo do tal martelo que se desprendeu da cabeça ao chocar-se com o granito. No momento, o amigo  estava a menos de 50 cm do local do impacto e,  à frente numa distância não muito maior,  uma adolescente e duas crianças conversavam despreocupadamente,  sentadas na escadaria do prédio. Se o objeto atingisse a cabeça de qualquer um, o traumatismo  craniano seguramente poderia ser fatal. Olhando para o alto em direção aos apartamentos foi possível identificar no décimo primeiro andar, um jovem com o rosto encostado na tela de proteção, possivelmente observando se alguém tinha sido atingido e, ao perceber que poderia ser identificado  tratou imediatamente de se  esconder. Sem se dar conta da gravidade do incidente, as duas peças do tal martelo foram entregues a um dos condôminos do prédio. Dia seguinte, retornamos ao edifício para comunicar o ocorrido ao síndico que, perplexo não sabia do acontecido. Uma condômina se aproximou e, pedindo para não ser identificada,  esclareceu que no dia e hora do fato presenciou dois irmãos brigando no apartamento 114. Calculando a distância do recuo do prédio em relação à calçada, próximo ao local do impacto que é de mais de 4,5 m, pode-se concluir  que o martelo foi arremessado e não caiu acidentalmente. Considerando que o prédio dispõe de mezanino e considerando que cada andar tem um pé direito padrão de 2,92 metros, é possível concluir que o martelo foi arremessado de uma altura de 35 metros. Considerando o peso do martelo que é de 180 gramas e tomando-se a referida altura, segundo cálculo do estudante de mecatrônica João Luiz Baldo Martins,  o objeto em 2,67 segundos atingiu a  pedra de granito com um peso de  630 kilos e,  a uma velocidade média de 94,33 km/hora. Não é preciso dizer o risco que correram os protagonistas dessa história, tudo por conta da irresponsabilidade de dois jovens que, ao invés de comemorar e se confraternizar com  a passagem do ano, resolveram se agredir colocando em perigo a vida daqueles que, tranquilamente transitavam  pela calçada de rua movimentada próxima a uma das principais praias do litoral sul. Em outros tempos, no último dia do ano,  papéis picados e até pétalas de rosas eram arremessadas das janelas dos prédios rutilando o céu de alegria. Hoje a ignorância humana arremessa martelo de carne e outros objetos. Que país é este em que você, além de ter que se preocupar com trombadinhas e arrastões, muito comuns no Guarujá,   tem que ficar atento ao que vem do alto dos prédios.  Por muito pouco os jornais não veicularam a manchete “Martelo atirado do 11º andar atinge turista”. Ainda bem  que o anjo da guarda estava de plantão, mesmo em sendo o último dia do ano.                           

                                                        advogado tributário

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