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SERVIDOR PÚBLICO


  11 de outubro de 2011

SERVIDOR PÚBLICO

                                                                 José Carlos Buch

Segundo o Dicionário Aurélio – Século XXI:

“Servidor: [Do lat. servitore.] Adj.   – Que cumpre com correção os serviços e obrigações; pontual; aquele que, pertencendo ou não ao quadro do funcionalismo, exerce oficialmente cargo ou função pública.” 

Tive duas oportunidades no início da década de oitenta, por conta de aprovação, bem classificado,  em dois concursos(Auditor do Tesouro Nacional e Agente Fiscal de Rendas do Estado de São Paulo), de me tornar servidor público. Renunciei a ambos, renunciando também ao direito de aposentadoria com salário integral que hoje me permitiria viver confortavelmente e sem preocupações. Assim, do ponto de vista financeiro fiz um péssimo negócio. Conquanto, do ponto de vista profissional e pessoal, não me arrependo da decisão tomada, pois,  certamente o serviço público não me proporcionaria a oportunidade de ser o profissional que escolhi para ser e sem precisar mudar de lado do balcão. Do lado que escolhi para atuar, posso defender os contribuintes ante a voracidade fiscal e  combater os exageros e arbitrariedades praticados pelo fisco, que não são poucos,  num país cujo governo é eficientíssimo somente para cobrar impostos e notabilizado por investir pessimamente os recursos que arrecada, isso quando não são desviados para os bolsos de políticos desonestos. Veja o caso e o caos da saúde, só para citar o exemplo mais gritante.  O advogado José Carlos Souza Filho, Conselheiro da OAB, melhor do que ninguém retratou esse quadro em poucas linhas:  “O estado brasileiro deveria ser repensado, para ser reorganizado. É autoritário, retrógrado, omisso diante das necessidades da população. De todos os serviços que presta nenhum presta. Só funciona mesmo para instituir e cobrar impostos e taxas. E o povo que se dane!” No entanto, na seara da administração pública, assim como na vida, não se pode generalizar e considerar tudo como farinha do mesmo saco. Existem servidores que dignificam o serviço público, pela dedicação ao trabalho, prestatividade ao  público que, em última análise é quem paga o seu salário, e exemplo a ser seguido e,  que seguramente enobrecem a classe. São aqueles que honram a hodierna nomenclatura  “servidor público”, posto que exercem uma função específica de servir à população e  o fazem por opção de vida.  É claro que não estamos falando da classe(banda podre) de servidores que querem tirar proveito do cargo, impondo dificuldades para vender facilidades; que não estão nem aí para o público; que fazem do cargo trampolim para negociatas e negócios paralelos; que fazem do cargo um “bico”; que vendem informações privilegiadas; que se enriquecem à custa de falcatruas; que se deixam corromper ou que se julgam acima do bem e do mal. Estes que, infelizmente, não são poucos, enlameiam e denigrem  o serviço público afastando dele muitos talentos que poderiam contribuir, em muito,  para o desenvolvimento do país. Na minha trajetória profissional conheci inúmeros servidores que, além de competentes são gentlemans. E, olhe que sou do tempo da máquina registradora, da coletoria, do carimbo e do CGC(atual CNPJ). É claro que não vou citar nomes para não incorrer no erro de  omitir pessoas, mas esses cidadãos, aposentados ou na ativa, certamente sabem que esse artigo é dedicados a eles. Então se você teve contato com este colunista veja a que classe pertence. Se, à classe dos dignos e honestos, saiba que este artigo é dedicado a você, lembrando que a sua conduta o faz verdadeiramente um ser humano singular. Se, à banda podre, não se esqueça que o seu locupletamento é indigno, execrável e repugnante,  próprio daqueles que não fazem falta ao mundo e à sociedade. A propósito, em  homenagem  aos corruptos,  a filósofa russo-americana Ayn Rand, que fugiu da revolução Russa na metade da década de 1920, certa feita escreveu:  “Quando você perceber que, para produzir, precisa obter a autorização de quem não produz nada;  quando comprovar que o dinheiro flui para quem negocia não com bens, mas com favores; quando perceber que muitos ficam ricos pelo suborno e por influência, mais do que pelo trabalho, e que as leis não nos protegem deles, mas, pelo contrário, são eles que estão protegidos de você; quando perceber que a corrupção é recompensada, e a honestidade se converte em auto-sacrifício; então poderá afirmar, sem temor de errar, que sua sociedade está condenada”.

                                                         advogado tributário

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