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SESSÃO SOLENE IMAGINÁRIA DA CÂMARA – PARTE V


  19 de setembro de 2014

SESSÃO  SOLENE  IMAGINÁRIA DA CÂMARA – PARTE V

                                                                  José Carlos Buch

Anunciado como o segundo orador da noite, Dr. Antonio Julio Bueno estava sentado na segunda cadeira da primeira fileira do plenário,  o que lhe permitiu ser o primeiro a cumprimentar o vereador Carlos Machado que acabara de fazer o seu pronunciamento. Julinho saudou a todos, enaltecendo o árduo trabalho executado pela comissão organizadora e se disse emocionado em retornar à casa na qual exerceu apenas um mandato, tendo sido o mais votado da cidade e exercido a presidência no período de 1985/1986.  Disse que a sua derradeira viagem prematura para o outro plano, não permitiu fosse mais útil à comunidade na qual escolheu viver e trabalhar, já que mineiro de Passos, se considerava mais catanduvense do que muitos filhos da terra. Reconheceu que na vida as pessoas acabam fazendo escolhas erradas e, quando tentadas por uma força inexplicável, não conseguem dar a volta por cima, tornando-se  vítimas dessas escolhas, como foi o seu caso. Lembrou-se do filho que, assim como ele,  havia abraçado a mesma profissão de médico e ainda muito jovem, com uma vida pela frente, transferiu-se precocemente para o plano especial, onde agora ambos se encontravam. Voltando à sua querida Catanduva, destacou que embora fosse da base aliada ao prefeito da época, nunca deixou de defender os interesses da comunidade, que estavam acima de qualquer interesse político ou partidário. Anotou que se dedicou inteiramente ao exercício do mandato, em detrimento até das obrigações profissionais de médico anestesista e acrescentou que se tornou político, mesmo continuando ser apolítico. Por final, revelou que não sendo filho da cidade tinha um dever de gratidão muito grande para com o seu povo que o acolheu e lhe confiou uma votação expressiva, superando todos os demais pares. Salientou que o importante não é a cidade onde se nasce, mas sim aquela que se escolhe para se viver e, nesse sentido considerava-se realizado como catanduvense. Encerrou sua fala dizendo da alegria de reencontrar tantos amigos e outros que acabara de conhecer. O terceiro inscrito a ser anunciado pelo presidente foi o vereador Dr. Paulo Cretella Sobrinho que, saudado por muitos se dirigiu à tribuna. Dr. Paulo, após cumprimentar a mesa, os vereadores e o público da galeria e ouvintes da casa,  explanou  aos presentes a alegria de rever tantos amigos do passado e conhecer muitos outros de um passado mais recente que não foram seus pares em sua época de vereância. Destacou que nada melhor do que o tempo para sepultar as desavenças e adversidades políticas que nortearam a trajetória de cada um no exercício do mandato.  Teceu elogios consideráveis à cidade e a iniciativa da comissão organizadora e lembrou os momentos felizes aqui vividos durante a sua produtiva e intensa atividade profissional de advogado criminalista. Lembrou dos inúmeros júris em que participou e  dos embates travados nesta casa de leis que funcionava à época no prédio público da Rua Paraíba esquina com a Rua Pará(atual farmácia popular e centro de odontologia do município), em frente ao prédio reformado dos correios. Observou que,  diferentemente de hoje, os partidos não eram muitos, sendo os principais:  UDN-União Democrática Nacional, PSP-Partido Social Progressista e PTB-Partido Trabalhista Brasileiro e,  que o país vivia uma outra realidade, onde nem microfone na Câmara existia. Corrupção era um ou outro caso isolado, o que não significava dizer que não existia. Políticos que perdiam os mandatos,  eram tão raros como também raríssimas  eram as fraudes nas eleições. Anotou  que o colégio eleitoral da cidade correspondia a  menos de  um terço do que é hoje, e as  cadeiras chegaram a ser ocupadas por até 19 vereadores, o que tornava a eleição de vereador muito mais difícil e competitiva. Ademais, a campanha exigia muito tempo do candidato e, logicamente,  algum recurso financeiro para a publicidade em jornais, confecção de santinhos e bancar um ou outro cabo eleitoral. O que não mudou, destacou, foram os maus hábitos dos eleitores que ainda hoje  se propõe a vender o voto em troca de dentaduras, tijolos ou telhas para terminar a casa e outros tipos de propostas não menos desonestas,  próprias daqueles que ainda não descobriram o verdadeiro significado e o poder do voto. E o que é lamentável, sublinhou, é que muitos candidatos se prestavam a isso.  Finalizou dizendo que tudo mudou no mundo, menos a educação do eleitor e os intere$$es de alguns candidatos que pensam somente em si e não na cidade, no estado e país onde vivem. E completou – esses verdadeiros párias da sociedade pensam em ter e não em ser, são do tipo “eu to aqui pra me arranjá”,  lembrando o bordão do personagem Justo Veríssimo, criado pelo humorista Chico Anísio, que estava fazendo muito sucesso com  shows no céu –.(continua numa das próximas edições).

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