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SOBREVIVENTE DO VÔO 1549


  20 de março de 2017

SOBREVIVENTE DO VÔO 1549

                                                                 José Carlos Buch

Esta é a história de Ric Elias, um dos 150 sobreviventes do vôo 1549 da US Airways que, por conta de uma pane, o piloto Chesley “Sully” Sullemberger,  teve que fazer um pouso de emergência, nas águas congeladas do rio Hudson, no dia 15 de janeiro de 2009, após 6 minutos da decolagem do aeroporto LaGuardia, em New York. O episódio está retratado no filme “Sully – o herói do rio Hudson” estrelado por Tom Hanks, lançado recentemente. Ric Elias tem ministrado palestras contando um pouco de sua história. Vale a pena conferir o que ele costuma dizer em suas palestras. – “Imagine uma grande explosão ao subirmos 920 metros de altura… Imagine um avião cheio de fumaça… Imagine a turbina do avião fazendo clack, clack, clack… É assustador! Porque eu estava numa poltrona especial naquele dia? Eu estava sentado na poltrona 1 D. Eu era o único que podia falar com os comissários de bordo. Imediatamente eu olhei para eles, e eles disseram: “está tudo bem, provavelmente colidimos com um pássaro”. O piloto já tinha virado o avião de volta, porque nós não estávamos muito longe, nós podíamos ver a ilha de Manhattan. Alguns minutos mais tarde, três coisas aconteceram ao mesmo tempo: o piloto alinha o avião com o rio Hudson, o que não é a rota normal; ele desliga as turbinas. Agora imaginem estar num avião sem nenhum ruído sequer… E então, ele diz três palavras: as três palavras mais impassíveis que eu já ouvi. Ele disse:  – “preparem-se para o impacto”. Não precisei mais falar com a comissária de bordo… Eu podia ver nos olhos dela… Era terror… A vida acabou. Agora eu quero compartilhar com vocês, três coisas que descobri sobre mim naquele dia. Aprendi que tudo muda num instante. Nós temos uma lista enorme de coisas que desejamos fazer antes de morrer, temos um monte de coisas que queremos fazer na vida. Pensei em todas as pessoas que eu queria entrar em contato, e não o fiz. Todas as coisas que eu queria ter consertado, todas as experiências que eu queria ter, e que nunca tive. Quando eu pensei sobre isso depois, eu inventei um ditado que diz: “eu coleciono vinhos ruins”. Porque, se o vinho está a disposição, e a pessoa está ali, eu abrirei a garrafa. Não quero adiar mais nada em minha vida. E aquela urgência, aquela intenção, realmente mudou a minha vida. A segunda coisa que aprendi naquele dia, e isso foi quando passamos “raspando” pela ponte George Washington (e foi por pouco), eu pensei, nossa… Eu me arrependo profundamente… Vivi uma boa vida, em minha própria condição humana e erros. Tentei melhorar em tudo que tentei fazer. Mas, em minha condição humana, eu também deixei meu ego me controlar. E me arrependo de ter desperdiçado tanto tempo com coisas sem importância, com pessoas que são importantes para mim. Pensei sobre o relacionamento com minha esposa, com meus amigos, com as pessoas… E, depois, enquanto refletia sobre isso, eu decidi eliminar a energia negativa da minha vida. Não é perfeito, mas está bem melhor. Não brigo com a minha esposa há dois anos. É uma sensação ótima. Eu não tento mais “ser o dono da verdade” o tempo todo, eu prefiro ser feliz. A terceira coisa que aprendi, e isso é como se fosse o seu relógio mental vai “15, 14, 13…”, você podia ver a agua se aproximando… E eu dizendo: por favor, “explode”! Eu não quero esta coisa se partindo em vinte pedaços, como já vimos em documentários… E, a proporção que estávamos caindo, eu tive a sensação de, nossa… Morrer não é tão assustador assim… É como se estivéssemos nos preparando para isso, a vida toda. Mas era muito triste. Eu não queria morrer, eu amo a minha vida. E aquela tristeza realmente emoldurava um pensamento que é: eu só desejo uma coisa, eu apenas desejo ver os meus filhos crescerem. Um mês depois fui ver minha filha no teatrinho da escola dela, primeira série, sem muito talento artístico… Ainda! E eu gritei, e eu chorei, como uma criancinha. E tudo isso fazia sentido para mim. Entendi, naquele momento, que, ao ligar esses dois pontos, a única coisa importante na minha vida era… Ser um bom pai. Sobretudo, sobretudo, o único objetivo que tenho  na vida, é ser um bom pai. Foi-me dado de presente um milagre, o de não morrer naquele dia. Ganhei outro presente, que foi ser capaz de olhar no futuro e voltar, e viver uma vida diferente. Desafio todos vocês que vão voar hoje, a imaginar a mesma coisa acontecendo com o seu avião (espero que não), mas imaginem, como vocês mudariam? O que fariam? O que estão esperando para fazer, porque vocês acham que vão ficar aqui pra sempre? Como mudariam os seus relacionamentos, e suas energias negativas? E mais que tudo, estão sendo os melhores pais possíveis? Obrigado”. –  Uma lição de vida e tanto, não é mesmo?

                                                         advogado tributário

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