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UMA VETUSTA, PORÉM, NOVA PREOCUPAÇÃO


  31 de dezembro de 1969

“O mal que um homem faz vive além  dele, o bem, com freqüência é enterrado com os seus ossos.”Sheakespeare pela boca de Marco Antonio em sua oração fúnebre a Júlio César.


Se você nunca teve o cuidado de guardar uma redação, composição ou mesmo cartão do seu tempo de primário(hoje ensino fundamental), ou não teve a sorte e o privilégio de contar com alguém que o fizesse, você certamente não poderá  se deleitar com escritos ingênuos, próprios de uma criança de dez anos,  porém, ingentes em preocupação ecológica, incomum para  um aluno do 3º ano primário, no ano de 1960. Reproduzo abaixo o texto “ipsis litteris”, que somente se torna possível graças à generosidade da professora Maria Apparecida Benites Menegão que teve o cuidado de guardar o original desse escrito que, para esse colunista, particularmente tem a natureza de verdadeira preciosidade. Vamos à composição:  “A IMPORTÂNCIA E NECESSIDADE DO REFLORESTAMENTO – Devemos cuidar da árvore porque ela vive para nosso bem. Ela nos é útil em toda estações do ano.  Na primavera embelesando perfumando nossos jardim, nossos bosquis. No verão quando o sol parece fogo em braza é ela que nos dá sua sombra protetora e gostosa. No outono ela nos dá o galhos cheios de frutos saborosos e madurinhos. É na árvore que os passarinhos se abrigam e constroem seus ninhos. As árvores alem de alegrar alem de dar os frutos saborosos nos da saúde porificando o ar que respiramos. São tão boas que ainda nos oferece madeiras para construções, lenha e carvão. Nos lugares onde há muitas árvores isto é floresta, jardim, bosquis a chuva é mais importante. Nós sabemos que nos lugares onde a chuva freqüenta as terras são bem mais férteis e produzem mais, daí a importância e necessida do reflorestamento. Devemos plantar mais e mais arvores porque nos dão tudo, devemos plantar nos jardim, nos quintais, nas praças, aumentar o número de floresta em todos os lugares para o nosso próprio bem. – José Carlos Buch – 3º ano “B” masc.”  Não obstante os erros de ortografia, o escrito revela um lado negativo já que à época as classes eram masculinas e femininas, onde eram segregados os meninos das meninas, e o lado positivo  consiste na  consciência ecológica que somente ganhou projeção na mídia a partir da década de setenta e que já se fazia presente numa escola pública do bairro de São Francisco,  no ano de 1960. Quem guarda tem memória.

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