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WASHINGTON LUIS – A HISTÓRIA DE UM ESTADISTA


  13 de outubro de 2021

José Carlos Buch

Transitar no sentido São Paulo ou a Rio Preto traz a lembrança que estamos na Rodovia Washington Luis,  um dos não  muitos presidentes civis desse país.  Saber um pouco da história desse político e sua importância no cenário paulista e nacional é o que pretende fazer a coluna de hoje.  Washington Luís Pereira de Sousa nasceu em Macaé(RJ), em 26 de outubro de 1869 e faleceu   em São Paulo, aos 88 anos, em  4 de agosto de 1957.  Foi  advogado, historiador e político brasileiro, décimo primeiro presidente do estado de São Paulo(equivalente a governador) e o décimo terceiro presidente do Brasil(último da República Velha). Era descendente de ciganos oriundos de Portugal e provavelmente a primeira pessoa de origem cigana a ser eleita presidente no mundo. Fez seus primeiros estudos na cidade do Rio de Janeiro como aluno interno do renomado Colégio Pedro II. Para Washington Luís poder estudar, seus pais, que eram pobres, tiveram que tirar os outros filhos da escola. Graduou-se em Direito em 1891 pela Faculdade de Direito de São Paulo. Nomeado promotor público em Barra Mansa, renunciou ao cargo para se dedicar à advocacia em Batatais, onde iniciou a carreira política. Isso mesmo, fixou residência em Batatais onde deu inicio à sua extensa carreira politica, filiando-se inicialmente no Partido Republicano Paulista (PRP).   Nessa cidade, tornou-se vereador em 1897 e intendente em 1898. Como intendente, fez uma experiência pioneira de Reforma Agrária no Brasil. Elegeu-se deputado estadual pelo PRP-Partido Republicano Paulista para o biênio 1904/1905. Foi Deputado Estadual em 1912/1913, Vereador de São Paulo de 1914/1917, Prefeito de São Paulo de 1917/1919 (eleito pela Câmara), Presidente do Estado(equivalente ao cargo de governador de 1920/1924) e finalmente, presidente do Brasil  governando entre 1926 e 1930, quando deposto por um golpe de Estado. Seu governo ficou marcado pela crise econômica mundial de 1929 e pela ruptura com a antiga política do café com leite. Com essa extensa carreira política ainda teve tempo de escrever vários livros sendo, “A Capitania de São Paulo” e “Na Capitania de São Vicente”  as principais obras. Considerado um governo moderno para a época, incentivou o desenvolvimento de técnicas de racionalização administrativa, o gerenciamento técnico-científico e impulsionou outras ciências, como a historiografia, museologia, ciências sociais, estatísticas e censos, além de apoio às manifestações esportivas e culturais, que dentre as mais importantes se destacou a abertura do Teatro Municipal de São Paulo para a realização da Semana de Arte Moderna de 1922. Em seu governo presidencial, encerrou o estado de sítio decretado por seu antecessor, Arthur Bernardes, fechou as prisões políticas e restabeleceu por um curto período a liberdade de imprensa, já que, em 1929, a Lei Celerada deu cabo a esta liberdade, sob o pretexto de combate ao comunismo. Washington Luís ainda criou um plano de construção de estradas de rodagem, que incluía as estradas Rio-São Paulo e Rio-Petrópolis, apresentando o lema “Governar é abrir estradas”. No plano econômico, a principal ação de Washington Luís incidiu na tentativa de fortalecer a moeda corrente do Brasil, com a montagem de um grande depósito de ouro que serviria de lastro à moeda. Porém, a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque não possibilitou o êxito da tentativa e gerou ainda outra consequência drástica à economia nacional, a abrupta queda dos preços do café. Mesmo sendo representante da oligarquia cafeeira paulista, Washington Luís se negou a conceder empréstimos aos fazendeiros para cobrir seus prejuízos, causando insatisfação entre eles.  Nas eleições de 1930, o indicado deveria ser um político mineiro para garantir a alternância no poder entre os dois estados. Mas Washington Luís preferiu o “café puro” e indicou o governador paulista Júlio Prestes como seu sucessor. O partido Republicano Mineiro se sentiu traído e formou a Aliança Liberal, com forças de outros estados. Júlio Prestes foi eleito, mas não foi aceito pelos grupos mais radicais da Aliança. O estopim do que viria a ser a Revolução de 1930 foi o assassinato do político João Pessoa, em uma confeitaria no Recife. A acusação era que Washington Luís havia ordenado o assassinato, motivo decisivo para o golpe realizado em 24 de outubro de 1930. Deposto em seus últimos dias de governo por um golpe militar liderado pelo general Tasso Fragoso, Washington Luís se exilou nos Estados Unidos e Europa, retornando ao país somente em 1947. Em 3 de novembro daquela ano, Tasso passou o poder às forças politico-militares comandadas por Getúlio Vargas, na denominada Revolução de 1930. A frase cunhada por ele define bem o seu espirito desbravador e visionário: “Governar é povoar; mas, não se povoa sem se abrir estradas, e de todas as espécies; Governar é, pois, fazer estradas!” Então, quando trafegar pela principal rodovia que corta o nosso município, lembre-se que ela presta significativa homenagens a um dos grandes estadistas que este país já teve, cuja carreira política teve início na não muito distante Batatais.

Fonte:https://brasilescola.uol.com.br/historiab/washington-luis.htm; https://pt.wikipedia. org/wiki/WashingtonLuis

https://www.saopaulo.sp.leg.br/apartes-anteriores/revista-apartes/numero-12-jan-fev2015/ rei-da-fuzarca-e-dos-votos/

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